Os Estados Unidos podem tentar sabotar as eleições legislativas da Venezuela, programadas para 2020, declarou Maduro em uma entrevista à TV Rossiya 24 da Rússia, transmitida nesta segunda-feira.
"Já posso alertar a comunidade internacional de que o atual governo dos EUA, com sua política extremista e guerra não convencional contra a Venezuela, está perturbando as eleições parlamentares", comentou.
Washington quer se intrometer na próxima votação porque "eles sabem que não podem vencer", acrescentou Maduro.
O Parlamento venezuelano é atualmente controlado por uma coalizão de partidos de oposição cujo líder, Juan Guaidó, se declarou "presidente interino" do país em janeiro, desafiando abertamente o governo de Maduro.
Desde então, Guaidó realizou numerosos protestos antigovernamentais em massa na capital do país, Caracas, e exortou o Exército e a polícia a se unirem a seus apoiadores para derrubar o governo. As Forças Armadas e policiais, no entanto, permanecem leais a Maduro.
Guaidó é apoiado abertamente pelos EUA e seus aliados na Europa, bem como pela maioria dos países da América do Sul, incluindo os vizinhos da Venezuela, Brasil e Colômbia. Estados como China, Rússia, Irã e Turquia continuam a reconhecer Maduro como presidente legítimo.
Washington impôs várias rodadas de sanções contra autoridades e empresas venezuelanas nos últimos meses. Maduro considerou isso um ato de guerra econômica e acusou os EUA de conspirar para assassiná-lo. Ele também prometeu não se curvar a nenhuma pressão externa.
Maduro foi reeleito para um segundo mandato em maio de 2018. Os países ocidentais e muitos Estados sul-americanos disputaram os resultados, acusando Maduro de fraudar votos. A eleição foi boicotada pelos principais partidos da oposição.