Cientistas criam laser de nova geração capaz de proteger a Terra de asteroides

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Cientistas russos e americanos criaram um dispositivo experimental a laser, de nova geração, na base do qual no futuro poderão ser construídos lasers para proteger a Terra dos asteroides, informou à Sputnik o centro de imprensa da Universidade russa de Samara.

O feito foi atingido por cientistas da Universidade Korolev de Samara, em parceria com colegas da filial do Instituto de Física Lebedev da Academia de Ciências da Rússia e da Universidade Emory dos EUA.  Apesar de toda a retórica, a Rússia e os Estados Unidos cooperam de maneira muito produtiva em áreas como ciência, tecnologia e física aeroespacial.

"Com base nesses dispositivos a laser, no futuro poderemos construir um sistema global de defesa contra asteroides, assim como criar fontes compactas e potentes de laser para aplicações na indústria", aponta o informe.

O laser criado na Universidade de Samara é baseado na concepção proposta por Michael Heaven, doutor em Química da Universidade de Emory, no qual se utiliza a radiação de laser de diodo para bombeamento óptico, técnica que permite modificar os estados dos átomos através da irradiação de luz polarizada. Na caixa de descarga, o método converte átomos de gases inertes, tais como néon, argônio, criptônio, xenônio, em um estado excitado metaestável no plasma criado por uma descarga elétrica à pressão atmosférica. Nesse meio gasoso, se formam feixes de raios laser muito mais potentes e de melhor qualidade do que os formados pelos atuais lasers de semicondutor.

"Essa combinação de tecnologias que estamos propondo nos permite criar um laser compacto, que é capaz de emitir radiação contínua com uma potência de alguns megawatts. Além disso, o meio ativo no qual esse laser se forma contém somente gases inertes, o que simplifica significativamente a execução técnica e permite criar um dispositivo quimicamente inerte, em oposição aos atuais lasers de vapor de metais alcalinos", descreveu Heaven.

Em busca da potência máxima

O pesquisador responsável pelo Departamento de Química e Física da Combustão da Universidade de Samara, Pavel Mikheev, sublinhou, por sua vez, que o dispositivo poderá ser utilizado não só para a geração de raios laser, mas também para encontrar maneiras mais eficientes de obter átomos metaestáveis de gases inertes.

"Agora que criamos nosso próprio dispositivo, poderemos estudar experimentalmente os princípios físicos envolvidos na construção desse sistema: como direcionar o bombeamento óptico, como a potência do raio influencia a concentração de átomos metaestáveis de árgon e em que medida a concentração de átomos metaestáveis dos gases inertes depende da pressão do composto", destacou o pesquisador.

Além disso, de acordo com Mikheev, como os lasers deste novo tipo não são absorvidos pela atmosfera, poderão ser utilizados para conexão a longas distâncias, inclusive para transportar energia.

© Sputnik / Iuri Strelets / Acessar o banco de imagensLaser
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Laser

Os cientistas da Universidade de Samara estão trabalhando com lasers de bombeamento óptico a átomos metaestáveis de gases inertes desde 2012, mas só agora o dispositivo experimental confirmou os cálculos e as hipóteses colocadas. O laser de Samara é o quinto dispositivo dessa natureza construído no mundo. Os outros quatro estão localizados em diversos institutos de pesquisa nos Estados Unidos.

De acordo com Heaven, daqui para a frente o desafio é construir lasers ainda mais potentes baseados em métodos análogos. Os pesquisadores estão estudando qual a potência máxima que podem atingir utilizando sistemas baseados em gases inertes.

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