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Governo investe em 'perspectiva de investimento no crime', diz membro de conselho indigenista

© AP Photo / Erald PeresDurante o Acampamento Terra Livre de 2017, indígenas são reprimidos com gás lacrimogêneo em Brasília.
Durante o Acampamento Terra Livre de 2017, indígenas são reprimidos com gás lacrimogêneo em Brasília. - Sputnik Brasil
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Relatório publicado nesta semana mostra que o número de assassinatos de indígenas no Brasil aumentou 22% de 2017 para 2018. A Sputnik Brasil conversou com membro do Conselho Indigenista Missionário sobre as crescentes ameaças aos povos indígenas no país.

De acordo com o estudo divulgado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), intitulado "Violência contra os Povos Indígenas do Brasil – Dados 2018", o número de assassinatos de indígenas no Brasil aumentou de 110, em 2017, para 135, em 2018.

Além disso, o relatório mapeou invasões de terras indígenas e exploração ilegal de recursos naturais, revelando que em 2018 foram contabilizadas 111 situações como essas. Dados preliminares de 2019 mostram que até setembro foram mapeados 160 casos de invasão de terra ou exploração ilegal de recursos em 153 terras indígenas.

O conselheiro e missionário leigo do Conselho Indigenista Missionário, Roberto Liebgott, em entrevista à Sputnik Brasil, informou que o principal objetivo do relatório do Cimi é "denunciar os fatos e violências que são praticados contra os povos indígenas, tanto por particulares, quanto pelo poder público".

"E o segundo objetivo é para que as autoridades públicas, a partir dessas informações, tomem providências no sentido de assegurar que os povos indígenas tenham os seus direitos resguardados e os seus territórios protegidos da sanha avassaladora das invasões de especuladores de terras indígenas", disse.

De acordo com ele, o governo de Jair Bolsonaro vem acentuando uma "perspectiva criminosa" em relação às terras indígenas.

"Desde o governo Temer, e agora acentuado no governo do Jair Bolsonaro, a gente percebe uma perspectiva de um investimento no próprio crime. Ou seja, é a partir do crime consolidar um processo que seja irreversível, uma perspectiva da parte do Estado de desterritorialização dos povos, retirá-los de suas terras e, concomitante a isso, implementar políticas que tenham caráter integracionista", afirmou.

"A gente percebe que o Estado está sendo disponibilizado para uma perspectiva criminosa, ou seja, invadir os territórios e de lá extrair minérios, madeira, e outros recursos do Meio Ambiente", completou Roberto Liebgott.

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