Pelosi, líder do Partido Democrata na Casa dos Representantes, disse à emissora MSNBC nesta sexta-feira sobre um suposto "rastro russo" no recente escândalo envolvendo o presidente dos EUA, Donald Trump.
"Levando em conta que foi Pelosi quem provocou o escândalo em torno da conversa telefônica entre os presidentes dos EUA e da Ucrânia, se deduz, segundo a lógica de Pelosi, que pode existir um 'rastro russo' nesse assunto", escreveu Zakharova em sua conta do Facebook.
Mais cedo, o jornal Washington Post afirmou que Trump supostamente pressionou o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski, em uma conversa telefônica realizada em julho passado para investigar os laços de Hunter Biden - filho de Joe Biden, candidato à presidência do Partido Democrata nas eleições de 2020 - com uma empresa de gás ucraniana chamada Burisma Group.
O Partido Democrata iniciou nesta terça-feira o procedimento para um julgamento político contra Trump, acusando-o de ter pressionado Zelenski a prejudicar a candidatura de Joe Biden nas eleições de 2020.
No dia seguinte, a Casa Branca tornou pública uma transcrição do telefonema controverso.
A verdade é que Trump pediu a Zelenski que investigasse a demissão do procurador-geral ucraniano Victor Shokin, que por sua vez investiga Hunter Biden e o Burisma Group, em um caso que remonta a 2016.
O próprio Shokin disse, em entrevista ao portal strana.ua, que Joe Biden também exigiu do presidente ucraniano da época, Pyotr Poroshenko, que o demitisse, ameaçando congelar a entrega de um empréstimo. Shokin foi demitido em março de 2016.
Após a demissão de Shokin, foram encerrados todos os processos legais contra o Burisma Group, empresa em que Hunter Biden trabalhava desde 2014.
Hunter deixou o Burisma Group em abril de 2019, no mesmo mês em que Poroshenko perdeu as eleições presidenciais na Ucrânia.