Segundo uma reportagem publicada no portal de notícias G1, o objetivo da empresa norueguesa seria a de diminuir seu papel nas emissões de carbono na atmosfera.
"Isso faz parte do nosso trabalho contínuo para reduzir a pegada de carbono de nossa alimentação de peixes. Não está diretamente conectado aos incêndios atualmente relatados", declarou o Salmon Group, citado pelo G1.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Antônio Galvan, presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso), criticou a decisão dizendo que a pegada de carbono brasileira é uma das melhores entre todos os produtores de soja do mundo.
"Em qualquer outro lugar a pegada de carbono e sustentabilidade que existe é muito pior do que a nossa, se é que a nossa é ruim", afirmou.
A pegada de carbono é um índice que mede o total de dióxido de carbono (CO2) que é emitido na atmosfera a partir de determinadas atividades.
"Se a empresa realmente quer ter uma pegada de carbono melhor ela vai voltar a comprar nossa soja brasileira", disse Antônio Galvan.
O Salmon Group comprava 12 mil toneladas de soja do Brasil por ano. Isso equivale a 0,01% das 83,8 milhões de toneladas exportadas pelos produtores país em 2018.
Apesar da pouca quantidade, o especialista em agronegócio José Luiz Tejon, professor da FECAP (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), defende que a decisão tem de ser levada a sério.
"Essa decisão acompanhada de outras empresas que fizeram a mesma coisa são coisas negativas porque reverberam. E não é legal dizer 'a Noruega não compra nada de nós, então tanto faz'. Também não pode dizer isso. Qualquer cliente é muito importante", disse à Sputnik Brasil.
Tejon diz que há uma falha de comunicação por parte do Brasil que permite conclusões erradas a respeito da preservação ambiental no país.
"Essa reverberação desnecessária que aconteceu é muito mais culpa nossa do que culpa das reverberações midiáticas", afirmou.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, minimizou o caso e disse que a Noruega não é um dos grandes importadores da soja brasileira.