Nomeadamente, a Agência de Projetos de Investigação Avançada de Defesa (DARPA) abriu um concurso para desenvolver tecnologia de inteligência artificial que poderia ajudar a criar novos sistemas de armamento.
"Médicos robôs" usando IA poderiam ajudar os médicos a distribuir melhor a ajuda que estão administrando entre os soldados feridos e a melhor forma de usar recursos escassos no campo de batalha, disse o coronel Jerome Buller, chefe do Instituto de Pesquisa Cirúrgica do Exército dos EUA, em uma entrevista publicada pelo Daily Star.
"Digamos que você e seu colega soldado têm as mesmas lesões – elas parecem iguais, as poças de sangue são iguais. Você pode conseguir [sobreviver à lesão] muito melhor do que ela, ou o contrário. E se eu só tiver dois pacotes de sangue, a quem é que eu os dou? Essa tecnologia vai nos ajudar a usar melhor esses recursos escassos", explicou.
Buller desenvolveu ainda a ideia dizendo que essa IA vai substituir a intuição dos médicos, determinando a que lesões o médico deve atender primeiro.
A tecnologia provavelmente estará usando um conjunto de dispositivos monitorando o estado de cada soldado, como ele recupera das lesões, bem como os dados clínicos de cada soldado antes do combate para tomar uma decisão em nome do pessoal médico.
Lado controverso da tecnologia
Há um lado controverso nisso, pois esta tecnologia será determinante para o médico decidir quais os pacientes que já estão para além da salvação e não devem receber assistência médica. Buller acredita que desta forma seria mais fácil para os médicos.
"Você tem que literalmente determinar quais são os que vão viver e morrer, então ter algum tipo de capacidade automatizada de uma perspectiva cognitiva para dizer: 'Sim, você sabe que eles estão mortos, eu vou para o próximo', de uma perspectiva psicológica – eu acho que isso teria um enorme impacto em uma nota positiva do que ser apenas o médico a decidir isso", disse ele.
Buller observou que tal sistema ainda não está nos planos do Exército dos EUA, mas pode estar no futuro, quando ele precisar de ter vantagem sobre um próximo potencial adversário, um termo frequentemente usado pelos oficiais dos EUA em relação a países como a China ou a Rússia.
Ele acrescentou que algumas das tecnologias para tais sistemas de assistência médica com IA já existem, mas podem ser melhoradas, como a interface do tipo oxímetro de pulso, que pode determinar a saturação de oxigênio no sangue de uma pessoa.
Esta não é a primeira vez que os EUA olham para o uso de tecnologias de inteligência artificial, que têm se desenvolvido rapidamente nos últimos tempos, na esfera militar. A DARPA do Pentágono anunciou recentemente que procura desenvolver um sistema de IA que ajude os engenheiros americanos a testar novas armas com mais precisão e rapidez do que atualmente.