Neste mês, o Oriente Médio viveu novas tensões após ataques contra instalações petrolíferas na Arábia Saudita. Segundo Washington, a agressão teria sido um ato planejado e executado em Teerã. As acusações americanas parecem indicar que os EUA poderiam recorrer às armas contra o país persa.
Analisando tal possibilidade, o especialista em assuntos militares Daniel DePetris explanou diversos motivos pelos quais um ataque contra Teerã seria um erro.
Em primeiro lugar, DePetris acentua que o ataque ocorrido há pouco, independente de quem o tenha feito, foi uma agressão direcionada exclusivamente à Arábia Saudita.
"Se tiver que ter uma resposta, ela deverá ser planejada e executada por Riad [...] As Forças Armadas dos EUA não são uma força mercenária da Arábia Saudita", disse DePetris em publicação na revista americana National Interest.
DePetris também afirmou que Washington não deveria permitir que poderes estrangeiros arrastassem os EUA para combaterem em seu lugar.
Uma guerra desastrosa
Embora muitos pensem que os Estados Unidos são consideravelmente superiores ao Irã no que respeita às armas, em caso de ataque, o Irã poderia reagir. Uma agressão americana não seria o suficiente para convencer Teerã a não retaliar.
O país tem desenvolvido por esforços próprios diversos armamentos e equipamentos militares, o que pode ser considerado um êxito tendo em vista as sanções norte-americanas.
Além disso, os iranianos teriam diversas opções de resposta, deste ataques a petroleiros no estreito de Ormuz, até alvos militares norte-americanos na região. Certamente, após a reação iraniana, Washington não ficaria parado, o que sem dúvida levaria a uma guerra extremamente cara.
Petróleo em crise
DePetris também ressalta a crise energética que o mundo poderia viver em caso de um ataque contra o Irã.
"Lançar um ataque de retaliação contra alvos iranianos, especialmente instalações petrolíferas, como alguns senadores [americanos] sugerem, poderia afetar o fornecimento de petróleo no mercado mundial [...] podendo levar a uma nova recessão", afirmou DePetris à revista.
Por último, o especialista diz que as relações entre a Arábia Saudita e o Irã possuem problemas de longa data, o que não significa que o Irã tenha sido o autor dos ataques.
Além disso, a hostilidade baseada em disputas geopolíticas na região e o conflito entre o mundo xiita e sunita não são questões que envolvam de forma direta os Estados Unidos.