A acusação foi feita na abertura do julgamento do irmão do presidente hondurenho, Juan Antonio Hernández, um ex-parlamentar também conhecido como Tony. Ele foi preso no aeroporto de Miami em novembro de 2018, acusado de importar cocaína para os Estados Unidos.
"O réu era protegido pelo atual presidente, que recebeu milhões de dólares em suborno de traficantes de drogas como 'El Chapo' Guzmán, que pessoalmente entregou ao réu um milhão de dólares para seu irmão", disse o procurador Jason Richman, segundo citado pela agência AFP.
O líder do Cartel de Sinaloa, Joaquín Guzmán, conhecido como "El Chapo", foi condenado à prisão perpétua pela Justiça Federal dos Estados Unidos em julho deste ano. Durante seu julgamento, o presidente do México, Henrique Peña Nieto, foi acusado por um advogado de receber propina do traficante.
'Falsas, ridículas e absurdas'
O presidente hondurenho usou o Twitter para classificar as acusações como "falsas, absurdas e ridículas".
O procurador pediu para os jurados considerarem Tony Hernández culpado de tráfico e posse ilegal de drogas. O ex-congressista se declarou inocente. De acordo com Richman, o irmão do presidente hondurenho tem um papel central numa "sofisticada organização patrocinada pelo estado", que opera com ajuda com governo do país centro-americano, militares e oficiais da polícia.
"O mais importante, o réu era protegido por seu irmão e tinha acesso a ele", afirmou. Acreditando ser imune às leis, Tony Hernández, segundo o procurador, tornou-se "arrogante" a ponto de estampar suas iniciais em pacotes de cocaína e se vangloriar de seu arsenal.
O advogado de Tony Hernández, no entanto, disse que o caso era baseado em mentiras de traficantes que desejavam vingança contra o presidente e seu irmão.
'Campanha suja'
Juan Orlando Hernández, que está em seu segundo mandato, negou em ocasiões passadas envolvimento com o tráfico de drogas. Em seu discurso na Assembleia das Nações Unidas na semana passada, ele falou que por sua "luta contra o crime organizado" havia se tornado alvo de uma "campanha suja liderada por narcotraficantes".
Nesta quarta-feira, seu gabinete informou que as forças de segurança hondurenhas tinham desbaratado os seis carteis mais poderosos do país e extraditado 24 pessoas para os EUA.