Discursando para estudantes da Universidade de Havana nesta sexta-feira (4), Dmitry Medvedev afirmou que eles devem decidir que caminho seguir para progredir Cuba em um mundo cada vez mais complexo e caracterizado pela imprevisibilidade e uma variedade de desafios.
"Primeiramente, me refiro à relutância de muitos países em reconhecer que o mundo moderno se tornou multipolar e às violações ligadas a isso dos princípios internacionais mais importantes consagrados na Carta das Nações Unidas", acentuou.
Segundo Medvedev, trata-se do respeito à soberania e à não interferência nos assuntos internos, e da inadmissibilidade do uso da força ou da ameaça de força.
"Estão se tornando cada vez mais transparentes as tentativas de substituir as normas do direito internacional por regras que são estabelecidas por um círculo restrito de países selecionados, e muitas vezes, o que abafar, de fato, que está sendo preparado em um país, para então passar essas decisões como uma ordem internacional supostamente existente, como se fosse um posicionamento de toda a comunidade internacional, para espalhá-la ao redor do globo", disse Medvedev.
Política dos EUA
Como explicou Medvedev, um novo modelo de todos os tipos de interferência nos assuntos soberanos está sendo testado na região da América Latina.
"E neste caso, os EUA estão agindo não apenas com a ajuda do poder brando, como é comumente dito em assuntos internacionais, mas, de fato, exigindo mudança de governos e metendo o nariz em qualquer caso, em qualquer decisão tomada por todos os países", acrescentou.
O primeiro-ministro russo acentuou que os EUA "alocam dinheiro para desestabilizar o sistema político, e, às vezes, apenas para intervir diretamente, e ao mesmo tempo não permitem serem criticados".
Resolução da crise na Venezuela
Além disso, Medvedev explicou que os assuntos internos da Venezuela devem ser decididos pelos cidadãos venezuelanos.
"Acredito que desacordos internos, que podem acontecer em países e que não possuem nada de especial, podem e devem ser resolvidos pelos próprios venezuelanos através de negociações em estrita conformidade com Constituição nacional", afirmou o primeiro-ministro russo.
"Há outra coisa óbvia. Só pode haver apenas um presidente na Venezuela, o que foi eleito em conformidade com a Constituição de seu país, e hoje é Nicolás Maduro", adicionou.