Embora os mísseis balísticos intercontinentais DF-41 tenham atraído grande atenção entre as novas armas presentadas, os drones de vigilância e reconhecimento WZ-8 são os que têm implicações mais significativas para as capacidades futuras do Exército chinês, escreve a revista Military Watch.
Apesar de os mísseis DF-41 poderem carregar ogivas nucleares para mais longe, mais rápido, em maiores quantidades e com maior confiabilidade do que os mísseis anteriores, a arma só representa uma melhoria de uma capacidade já existente em outros mísseis: atacar alvos em todo o território continental dos EUA com ogivas termonucleares.
O WZ-8, pelo contrário, tem uma capacidade completamente nova e única não só para as Forças Armadas chinesas, mas também a nível global, uma capacidade que pode multiplicar o poder de muitos dos sistemas de armas táticas do país asiático.
"O WZ-8 é destinado a voar a velocidades e altitudes extremas sobre o território inimigo para fornecer dados gerais de inteligência e informação sobre os alvos nas posições inimigas", explica a revista militar.
Alguns aviões de reconhecimento como o A-12 estadunidense e o MiG-25R soviético realizavam tarefas similares e se mostraram fundamentais em uma série de importantes conflitos. Com o aparecimento de numerosos satélites de vigilância mais sofisticados, estas aeronaves deixaram de ser necessárias.
Apesar de serem vitais em qualquer conflito, os satélites podem ser neutralizados, deixando as Forças Armadas sem os dados e as coordenadas necessárias para atacar os alvos inimigos. O WZ-8, no entanto, é capaz de voar a uma velocidade de entre Mach 6 e Mach 7, o que significa que é quase impossível de ser derrubado.
"Atualmente, os mísseis ar-ar de longo alcance ocidentais, como o AIM-120 e o Meteor, são capazes de alcançar uma velocidade de Mach 5, sendo necessária uma velocidade superior a Mach 10 para derrubar de maneira confiável uma aeronave hipersônica como o WZ-8", apontou Military Watch.
Embora os EUA tenham investido muito em capacidades antissatélite, o arsenal do Exército da China "não ficará cego" mesmo que seus satélites sejam eliminados. O WZ-8 não é uma arma de combate, mas é capaz de diminuir significativamente a capacidade de sobrevivência dos navios de guerra estadunidenses e complicar as operações da Marinha norte-americana na Ásia Oriental.