'Caça a submarino russo' de 2014: por que Suécia fantasiou invasão?

© AP Photo / Henrik MontgomerySubmarino sueco HMS Halland (foto de arquivo)
Submarino sueco HMS Halland (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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"Submarino russo", que teria invadido o arquipélago de Estocolmo em 2014, acabou sendo uma mera criação sueca. A embaraçosa situação foi descrita por um escritor sueco como "colapso político".

Cinco anos depois da Operação Águia da Suécia, malsucedida caça a submarino russo, Svenska Dagbladet, um dos principais jornais da nação, publicou mais um artigo investigativo, desta vez do jornalista Jonas Gummesson.

O que o ex-comandante supremo da Suécia, Sverker Goransson, descreveu inicialmente como "uma violação confirmada das águas suecas por um pequeno submarino" desencadeadora de uma megaoperação em busca de embarcação russa, acabou sendo uma informação errada.

"Ao conduzir uma investigação subaquática, a tarefa é confirmar ou rejeitar uma gravação sonora única, um processo onipresente. [...] As análises não foram concluídas. Os critérios para confirmar presença de submarino são difíceis e não foram cumpridos", disse ao jornal Svenska Dagbladet uma fonte conhecedora do processo que preferiu manter anonimato.

Antecedente político

Enquanto o "submarino confirmado" acabou sendo posteriormente um "objeto artificial sueco" não especificado, passaram-se quatro meses entre o momento em que o ministro da Defesa sueco, Peter Hultqvist, foi informado e o momento em que a revelação foi passada ao Parlamento.

Um submarino sueco e um submarino estrangeiro foram ignorados na fase inicial da investigação, disse a fonte. Meses foram precisos para concluir o relatório de 100 páginas, que incluiu a queda do então comandante supremo sueco Sverker Goransson.

De acordo com Gummesson, a certeza injustificável da Suécia sobre submarinos invasores russos tenha cunho político. Havia certa pressão para entregar o resultado da caça a submarino, enfatizou.

"O mais provável é que se trate de uma operação de inteligência estrangeira e que a Rússia esteja por trás dela", disse Vilhelm Agrell, professor da Universidade de Lund.

Nova investigação

Mattias Goransson, autor do livro "The Bear Comes" ("O Urso Vem Aí", em tradução livre), que detalha as suspeitas de violações submarinas que, em retrospectiva, provaram ser outra coisa, como cardumes de peixes, não mediu palavras para classificar a caça a submarino russo de 2014 como "colapso político".

Segundo o escritor, a mídia sueca tinha "cerca de dez mil chances" de aprender a ser mais crítica em relação a alegações de submarinos de potências estrangeiras em águas suecas.

"Nos últimos 40 anos, aproximadamente o mesmo número de intrusões subaquáticas foi relatado pela população. Apesar disso, a Marinha não apresentou uma única prova sustentável de uma única infração ciente de um submarino russo", disse Goransson ao programa jornalístico Nyheter Idag.

Embora a perseguição de 2014 no arquipélago de Estocolmo tenha sido um fiasco amargo, resultou em financiamento ainda maior na defesa e reacendeu o debate sobre se a Suécia deveria abandonar a sua política de não alinhamento e aderir à OTAN, sendo incapaz de se defender sozinha.

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