As medidas de ajuste do atual mandatário, que integram um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), provocaram uma onda de protestos no Equador. A principal crítica é contra o aumento dos combustíveis.
"Com certeza é parte de uma estratégia para que o neoliberalismo volte. Na década de 90, as pessoas não entendiam bem do que se tratava e não houve tanta resistência. Agora estamos vindo de governos progressistas com sucesso no período entre 2002 e 2014, que foi a época de ouro da América Latina", disse Correa.
Em julho do ano passado, a justiça equatoriana emitiu um mandato de prisão contra Correa por um suposto envolvimento num sequestro. O economista vive na Bélgica, onde pediu asilo político.
'Prisão de Lula roubou democracia no Brasil'
Correa comparou sua situação as dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Fernández de Kirchner. Sobre o brasileiro, disse que "se não estivesse preso, seria ele o presidente, e não esse fascista elementar de Bolsonaro". Para o equatoriano, "com a prisão de Lula não apenas roubaram sua liberdade, mas a democracia no Brasil".
Sobre a Argentina, afirmou que a vitória da chapa presidencial que tem Cristina como vice nas primárias foi "contundentes". Ele fez uma comparação entre o presidente argentino, Mauricio Macri, e Moreno. "O presidente Macri é um tipo de direita, as pessoas sabiam em que estavam votando. Moreno, ao contrário, se apresentou como esquerda, como a continuação da Revolução Cidadã, ganhamos e depois fez tudo ao contrário, jogou no lixo o programa de governo e adotou o plano do candidato perdedor", disse.
Lenín Moreno foi vice-presidente de Correa e era seu aliado. Após ser eleito, no entanto, afasto-se do antigo correligionário, de quem se tornou rival.
Protestos continuam e detidos sobrem para 700
O número de pessoas detidas nos protestos no Equador subiu para 700 pessoas. Milhares de pessoas saíram às ruas do país nesta quarta-feira para se manifestar contra o pacote econômico. Houve confronto em algumas localidades. A sede do governo foi transferida temporariamente para Guayaquil.
Moreno diz que está negociando com os grupos insatisfeitos, e acusa Correa de apoiar os protestos violentos para desestabilizar o pais.