De acordo com o relatório anual da BP Statistical Review of World Energy, até o início deste ano as reservas de petróleo conhecidas no mundo eram de 1,7 trilhões de barris.
A Venezuela é o país com maiores reservas (303 bilhões de barris) seguida da Arábia Saudita, com 297 bilhões, e do Canadá, com 167 bilhões.
Embora as reservas ainda sejam grandes, no ano passado o mercado internacional registrou um déficit de petróleo. Tendo uma produção diária de 94,7 milhões de barris, o consumo diário era de 99,8 milhões, publicou a British Petroleum.
A razão disto está longe de ser a falta de petróleo. Na verdade, os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) resolveram reduzir a oferta com o intuito de manter o preço do produto em um nível mais lucrativo.
Tendo em vista tais dados, o mundo ainda terá petróleo pelos próximos 50 anos. No entanto, embora haja reservas, existem outros riscos para o comércio de petróleo do mundo.
Rentabilidade em risco
Mesmo havendo bastantes reservas, nem toda a exploração deste combustível é rentável. No início deste mês, a Agência Federal de Recursos Minerais da Rússia (Rosnedra), descobriu que somente 67% das reservas naturais de petróleo da Rússia são rentáveis.
Situação semelhante aconteceu com a petroleira chinesa PetroChina. A mesma encontrou milhões de toneladas de petróleo em Xingjian, China.
No entanto, de acordo com especialistas, a sua exploração na profundidade da jazida encontrada torna o negócio pouco rentável.
Poços secos
Em 2014, o preço do petróleo sofreu uma queda, conforme referiram recentemente analistas da IHS Markit em um relatório. De acordo com a instituição, os investidores do ramo de petróleo preferem as reservas de petróleo de xisto.
A razão disso estaria na facilidade de extração do produto, o que torna o lucro mais rápido para os investidores. No entanto, a exploração deste recurso natural tem recebido menos investimentos em comparação com 2017.
Para além disso, os poços estão secando. No primeiro semestre deste ano, os novos poços da bacia Permiana, nos EUA, produziram 12% menos petróleo de xisto do que em 2018, enquanto em comparação com 2017 a redução foi de 16%.
Desta forma, mesmo que o petróleo seja comercializado a US$ 70 dólares o barril (cerca de R$ 287) a atividade não será rentável.
Fontes alternativas
Outro problema tem sido a queda da demanda de petróleo. De acordo com o ministro da Energia da Rússia, Aleksandr Novak, a tendência é para o "ouro negro" ser cada vez menos procurado.
"Se não fizermos nada, podemos enfrentar consequências negativas em breve", disse Novak durante um encontro com o premiê russo Dmitry Medvedev.
Ainda de acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o auge da demanda de petróleo será em 2025. Após isso haverá uma queda da demanda e um maior uso de fontes de energia alternativas, como o gás natural e as energias eólica e nuclear.