Os economistas Matthieu Crozet da Universidade Lingnan de Hong Kong e Julian Hinz do Instituto de Kiel de Economia Mundial publicaram recentemente um estudo intitulado "Fogo amigo: o impacto comercial das sanções contra a Rússia e das contramedidas".
Conforme reportou o jornal alemão Handelsbatt, os países que impuseram sanções contra a Rússia arcam com uns 45% dos custos, enquanto que a Rússia arca com 55%.
"Em geral, o preço da cesta básica russa subiu 0,2% devido às proibições de importação", aponta o estudo.
A União Europeia é a mais afetada dentre os atores estudados e sofre 92% dos danos.
Um país particularmente prejudicado é a Alemanha. O país europeu arca com 38% das perdas, o que representa uma soma de cerca de US$ 8 bilhões anuais (cerca de R$ 33 bilhões).
As empresas francesas também sofrem com as sanções, uma vez que suas exportações para a Rússia despencaram. De acordo com os pesquisadores, a França teria compensado "apenas uma pequena parte das perdas" exportando para outros países.

Política de sanções econômico-comerciais
As relações entre Moscou e o chamado Ocidente pioraram desde a incorporação da Crimeia à Rússia, em 2014. A incorporação foi aprovada por referendo popular, com 96% dos votos favoráveis.
No mesmo ano, os EUA, a União Europeia e alguns aliados aprovaram um pacote de sanções econômico-comerciais contra a Rússia.
Moscou, por sua vez, aprovou um embargo à importação de alimentos desses países. Em 2018, o Banco Central russo iniciou ainda uma política de desdolarização econômica, a fim de diminuir a exposição da Rússia às sanções econômicas.