Microfones de baixa frequência permitiram que pesquisadores estabelecessem a natureza deste fenômeno misterioso e os resultados do estudo foram publicados na revista Nature Geoscience.
O vulcão Bogoslof está localizado nas ilhas Aleutas. Somente a boca do vulcão está acima do nível do mar. Atualmente, está cem metros abaixo do nível do mar, e a água quente e os gases vulcânicos na superfície acima dela formam uma lagoa borbulhante.
A última grande erupção vulcânica ocorreu em 17 de fevereiro de 2017 e foi explosiva, com erupções menores ocorrendo durante o mês. Navios relatam que enormes bolhas de gás emergem do oceano durante erupção, formando cúpulas pretas gigantescas. Um estranho zumbido é ouvido a quilômetros de distância.
O diâmetro das bolhas ultrapassa 300 metros, sendo maiores do que grandes estádios de futebol. Pesquisadores aceitaram a tarefa de estudar a natureza física deste fenômeno, a fim de compreender os riscos que ele representa para embarcações e aeronaves.
Simulação do processo de expansão
Geólogos da Universidade do Alasca de Fairbanks e do Serviço Geológico dos Estados Unidos instalaram microfones de baixa frequência no oceano a 59 quilômetros do vulcão. Em nove meses de observações, o vulcão entrou em erupção mais de 70 vezes. Sempre antes da erupção, os microfones gravavam sons estranhos, reminiscentes de murmurações, bem como vibrações.
Sons e vibrações semelhantes de baixa frequência foram obtidos pelos cientistas por simulação computacional do processo de expansão térmica e subsequente ruptura de grandes bolhas de gás de 50 a 220 metros de tamanho, subindo de uma profundidade de 100 metros até a superfície da água.
O processo de interação entre lava e água, chamado de erupção hidrovulcânica, funciona da seguinte forma: durante uma erupção explosiva, a lava vulcânica, rica em gases, é fortemente ejetada e ocasiona formação de uma grande bolha na água do mar acima da boca do vulcão, cheia de vapor de água, dióxido de carbono e dióxido de enxofre separados da lava.
Aparecimento de sons
Flutuando rumo à superfície, a bolha se expande, se rompendo perto da superfície da água em uma pluma gigante de pequenas bolhas. O processo é acompanhado por um "rosnado" de baixa frequência. Tudo indica que se trata de um processo comum em vulcões subaquáticos, mas somente agora foi detectado.