Há dias, o submarino diesel-elétrico Kolpino escapou com sucesso no mar Negro dos navios Kasimov e Suzdalets, que simulavam caçadores de submarinos inimigos.
Submersão urgente
Sabe-se que os comandantes de submarinos não gostam de vir à superfície para entrar em contato com terra, pois isso revela imediatamente a localização do submarino. Existe vulnerabilidade mesmo que ele esteja a uma profundidade de periscópio com os dispositivos retráteis levantados. Os primeiros a encontrar tal submarino serão aviões e helicópteros, capazes de interceptar o sinal de rádio e determinar sua origem.
No entanto, os submarinos modernos também estão equipados com sistemas de detecção de pulsos de radar, que detectam imediatamente o funcionamento dos radares dos aviões antissubmarino. Assim que se descobre que o submarino está sendo vigiado, a tripulação realiza uma manobra de submersão urgente seguida do distanciamento do ponto em que veio à superfície.
As ações dos marinheiros nesta situação estão afinadas até ao automatismo. Eles têm apenas alguns minutos para fazer tudo. O comandante deve calcular rapidamente a velocidade e a profundidade ideal de imersão para não permitir detectar o navio.
Segundo ele, a principal vantagem dos submarinos diesel-elétricos sobre os submarinos nucleares é a possibilidade de pousar silenciosamente no fundo do mar. Nesse momento, o modo "Silêncio" é anunciado a bordo. Todos os mecanismos e dispositivos são desligados, o movimento nos compartimentos é reduzido ao mínimo, os marinheiros não podem falar alto, fazer movimentos desnecessários e produzir sons estranhos.
Um submarino a diesel pode ficar silenciosamente no fundo durante vários dias. Os navios movidos a energia nuclear não o podem fazer, porque um reator nuclear não pode ficar com seus sistemas auxiliares desligados.
Manobras para escapar
De acordo com o ex-comandante de submarino Igor Kurdin, os marinheiros russos e da OTAN não têm diferenças fundamentais nos métodos para escapar à perseguição. No entanto, de acordo com especialistas militares, os submarinistas russos alcançaram um nível mais elevado de competência neste domínio e "confundem os rastros" muito mais eficazmente do que seus colegas ocidentais.
O que se passa é que os marinheiros russos raramente agem de acordo com um padrão estabelecido ao se evadir da perseguição. Na época da Guerra Fria, os submarinos americanos se colocavam frequentemente pela popa dos submarinos da Marinha da URSS para os seguir. Os americanos navegavam na zona de ângulo morto atrás da popa, onde os sonares soviéticos não conseguiam os identificar devido ao ruído das suas próprias hélices. Para detectar o inimigo, os comandantes faziam manobras imprevistas e bruscas, inclusive até dar uma volta de 180 graus. Para evitar uma possível colisão, os americanos eram forçados a manter a distância.
"A maior avaliação de minhas ações como comandante de submarino foram as palavras de um ex-comandante das forças submarinas dos EUA", diz Kurdin. "O almirante afirmou que eu era uma das poucas pessoas que conseguiu o surpreender. Note-se que os americanos não têm em conta apenas as características dos submarinos e suas assinaturas acústicas. Eles também têm assinaturas táticas de comandantes russos específicos."
No seu tempo os marinheiros soviéticos aprenderam a contornar corretamente as barreiras antissubmarino e até mesmo o famoso sistema de localização americano SOSUS. Assim, em 1985 e 1987 a Marinha da URSS realizou as operações excecionais Aport e Atrina. Nesse período, dois grupos de cinco submarinos nucleares em cada um se deslocaram secretamente para o oceano Atlântico. A saída simultânea de um número tão grande de submarinos nucleares de suas bases não deixaria de captar a atenção dos militares americanos. Eles envolveram todas suas forças e meios, lançaram uma caçada em grande escala. No entanto, os submarinos porta-mísseis conseguiram superar todos as barreiras da defesa antissubmarina, chegar à costa dos EUA e permanecer despercebidos.
'Batedores' armados
Busca e perseguição de um submarino é um outro assunto. As técnicas militares da Rússia e da OTAN não diferem muito. Ambas utilizam amplamente a aviação naval, aviões e helicópteros. Eles circulam sobre áreas suspeitas e lançam boias hidroacústicas, infravermelhas, passivas e ativas na área de patrulhamento.
Assim que o sinal é recebido de uma boia, a tripulação da aeronave entra em contato com os navios antissubmarino. A rota aproximada do submarino se determina pelo acionamento das outras boias. A silhueta do submarino também pode ser determinada visualmente. Em um dia calmo e ensolarado o casco alongado e escuro é claramente visível do ar, especialmente em pequenas profundidades.
Tendo recebido as coordenadas do alvo a partir da aeronave, os navios antissubmarino começam a perseguição. Muitos deles estão equipados com equipamento especial para detectar rastros na água e que é capaz de determinar exatamente há quanto tempo e em que direção passou o mortífero "charuto".
A marinha de qualquer potência naval tem sempre em seu arsenal poderosos sistemas hidroacústicos, tubos de torpedo e morteiros antissubmarino. Os caçadores de submarinos se posicionam na esteira de suas vítimas e lançam dezenas de cargas de profundidade e torpedos. Nem sequer é necessário atingir o submarino diretamente com uma munição, pois a carga pode detonar nas proximidades e a onda de choque fará o seu trabalho.