A intenção do encontro é fazer com que o bloco seja muito mais do que uma plataforma de comércio e governança, incentivando as trocais culturais das cinco nações que compõe o grupo: Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul.
Para isso, são usados os ensinamento de um grande pensador de cada um dos países. O escritor russo Leo Tolstoy, o líder sul-africano Nelson Mandela, o diplomata brasileiro Barão do Rio Branco, o filósofo chinês Confúcio e o pacifista Mahatma Gandhi.
"O Great Teachers of Brics é uma iniciativa cultural e social de integração e também um grande evento acadêmico. Programamos várias mesas que promovem uma reflexão sobre os países dos BRICS", disse à Sputnik Brasil Leonardo Valente, diretor do Instituto de Relações Internacionais e Defesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IRID/UFRJ).
Árvore da amizade
O início das atividades foi marcada pelo plantio da "árvore da amizade dos BRICS" nos jardins do campus da Praia Vermelha, onde o evento foi realizado, simbolizando o crescimento, a harmonia, o amor e o fortalecimento das relações entre os países do grupo.
"Essa árvore representa a unificação dos povos e um escudo contra a violência e as adversidades. Esses cinco humanistas e pensadores trazem um exemplo de paz", afirmou Lyudmila Sekacheva, presidente da organização BRICS: The World of Traditions", responsável por levar a expedição cultural aos países do bloco.
O fórum foi realizado em parceria com o Consulado da Rússia e o Instituto de Relações Internacionais e Defesa da UFRJ. Depois de passar por Rússia e outras nações do bloco, essa é a primeira vez que o projeto acontece no Brasil.
Após o plantio da árvore foi feita uma apresentação do projeto, no Salão Pedro Calmon, no Instituto de Economia da UFRJ, com um resumo da ideias e vida dos cinco pensadores homenageados.
"Diferentes culturas, tradições, religiões e pessoas só podem existir se houver harmonia entre a gente. Os valores éticos e a união são uma herança dos cinco grandes professores e humanistas dos BRICS. Estamos felizes de estar no Rio. Esperamos que o projeto nos una mais e atraia cada vez brasileiros", disse Lyudmila.
Palestra sobre educação foi concorrida
Depois foi oferecido um coquetel para os participantes e convidados. O evento contou ainda com mesas e seminários de especialistas em relações internacionais, educação e economia, que conversaram com um público formado por estudantes, autoridades acadêmicas, representantes de organizações não governamentais e da sociedade civil e diplomatas. Uma das conferências mais disputadas foi dada por Serguei Shumilov, diretor da agência russa Rossotrudnichestvo, que falou sobre oportunidades de ensino na Rússia.
"Os BRICS não são mais apenas um fórum político, é cada vez mais um espaço para a sociedade civil realizar trocas e dividir culturas", comentou Shumilov para a Sputnik Brasil.
Estiveram presentes no evento o embaixador Eduardo Prisco Paraíso Ramos, chefe da Representação do Ministério das Relações Exteriores no Brasil; Vladimir Tokmakov, cônsul-geral da Rússia no Rio de Janeiro; Leonardo Ananda Gomes, cônsul-geral honorário da Índia no Rio de Janeiro e Li Yang, cônsul-geral da China no Rio de Janeiro.
Cúpula dos BRICS em Brasília
O fórum acontece há menos de um mês do início da cúpula dos BRICS, que será realizada nos dias 13 e 14 de novembro em Brasília. É terceira vez que o Brasil é a sede do encontro, do qual participam chefes de Estado e chanceleres das cinco nações dos BRICS.
Nas ocasiões anteriores, a cúpula foi realizada em Fortaleza, em 2014, e em Brasília, em 2010. Sob a presidência rotativa do Brasil, o grupo buscou acordos de cooperação em ciência, tecnologia e inovação, incentivos para a economia digital, combate à corrupção transnacional e financiamento de atividades produtivas.
Além disso, em dezembro está prevista a inauguração em São Paulo do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o chamado Banco dos BRICS. O objetivo da instituição é financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países do bloco.