De acordo com o jornal Dagsavisen, a nova frota de jatos americanos comprometerá a obrigação da Noruega de reduzir as emissões de CO2 para 60% do seu nível de 2005.
Prevê-se que daqui a 20 anos a frota seja composta por 52 unidades de F-35, substituindo a atual frota norueguesa de 57 caças F-16.
A edição ressalta que os F-35 têm motores muito mais potentes e são quase três vezes mais pesados em comparação com os antigos F-16 – 31 toneladas contra 13. Devido ao elevado peso, eles queimam 5.600 litros de combustível por hora, em comparação com apenas 3.500 litros dos F-16, que estão em uso desde 1980.
Medidas climáticas
Segundo o jornal, dentro de uma década, quando a frota de F-35 estiver totalmente faseada, as emissões de carbono geradas pela Força Aérea norueguesa aumentarão em 207%.
Até 2030, só a Força Aérea responderá por 56% das emissões totais das Forças Armadas, o que tornará ainda mais difícil para a Noruega atingir seus objetivos climáticos.
"É um grande problema que os militares de todo o mundo mantenham a isenção de reportar os efeitos sobre o clima e suas medidas climáticas […] Não podemos ter isso, quando todos os setores da sociedade devem chegar a zero emissões até 2050", disse Gaute Eiterjord.
Para o porta-voz da política de defesa do Partido do Progresso, Per-Willy Amundsen, as capacidades de defesa da Noruega devem ser priorizadas.
"A menos que os fanáticos do clima queiram encerrar as Forças Armadas, eles podem apresentar sugestões construtivas sobre como reduzir as emissões o mais possível, sem comprometer as capacidades de defesa", afirmou Amundsen, rejeitando os contra-argumentos como "políticas simbólicas que têm impacto zero nas alterações climáticas".
"Estes fanáticos do clima não colocam nem a segurança da Noruega nem a segurança dos nossos cidadãos em primeiro lugar", acrescentou, referindo-se à mudança para armas de propulsão nuclear, que poderiam reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa.
"Se colocarmos os números em perspectiva, a Noruega é responsável por cerca de 0,14% das emissões mundiais de gases de efeito estufa. A defesa é responsável por 0,45% das emissões totais da Noruega. O aumento esperado das emissões da defesa da Noruega será de cerca de 0,00022% das emissões globais de gases de efeito estufa, com base nos números das emissões de hoje", complementou Amundsen.