Simón Bolívar foi sem dúvida uma das maiores figuras políticas do continente americano desde o descobrimento das Américas pelos europeus.
Sendo um dos primeiros a lutar pela descolonização das Américas, Bolívar sonhava com a união dos hispano-americanos, motivo pelo qual se tornou símbolo do chavismo venezuelano.
Difamação política
Em um artigo na Sputnik Mundo, o colunista José Negrón Valera denunciou o que seria um típico ataque dos tempos modernos a Bolívar em uma publicação do secretário-geral da OEA, Luis Almagro, no Twitter.
Las brisas bolivarianas no son bienvenidas en este hemisferio. Condenamos firmemente amenaza d exportar malas prácticas y desestabilización a Colombia realizada x el presidente d la ilegítima asamblea nacional constituyente d la dictadura bolivariana
— Luis Almagro (@Almagro_OEA2015) October 16, 2019
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As brisas bolivarianas não são bem-vindas neste hemisfério. Condenamos firmemente a ameaça de exportar más práticas e desestabilização à Colômbia realizada pelo presidente da ilegítima Assembleia Nacional Constituinte da ditadura bolivariana.
Para Negrón, a fala de Almagro seria mais uma difamação política sobre Bolívar. Uma deturpação de seu pensamento e desejo de união. Uma conspiração contra um líder supostamente mal compreendido.
Com vias de enriquecer seu debate, Negrón perguntou ao intelectual venezuelano Luis Britto García quais as origens da campanha contra Bolívar.
"A campanha contra Bolívar começou com sua carreira política. Não só o denegriam os realistas: as facções chamadas de patriotas conspiraram contra ele [...] o caluniaram de maneira constante nos meios republicanos", respondeu Luis Britto.
Fazendo uma comparação com os dias de hoje, Negrón ressaltou as ameaças de dentro e de fora da Venezuela contra o projeto do país como nação.
Para aprofundar o assunto, Negrón ecoou as palavras do intelectual francês Thierry Meyssan, ditas em uma entrevista ao canal russo RT.
'Muito além do petróleo'
Perguntado sobre os interesses dos Estados Unidos na Venezuela, Meyssan disse que os objetivos de Washington iam muito além do petróleo.
"O petróleo venezuelano interessa muito aos americanos [...] Mas também lhes interessa acabar com o Estado-nação [venezuelano]", disse Meyssan.
Para o intelectual, o combate feito ao projeto de nação bolivariano é realizado a partir da própria direita do país, que segundo ele detém aí a maior parte dos meios de comunicação.
Além disso, Meyssan destaca o papel dos institutos de pesquisas americanos, que seriam destinados a mudar os valores culturais venezuelanos, procurando assim os assemelhar à cultura estrangeira.
Para combater tal força, Meyssan destaca que é fundamental o papel da cultura nacional.
"O Estado venezuelano deve promover, apoiar e divulgar a cultura nacional", declarou Meyssan.