Antes de assumir, Chapman ainda precisa passar por uma aprovação no Senado dos EUA, onde o partido republicano é maioria.
Em entrevista à Sputnik Brasil, Paulo Velasco, chefe do Departamento de Relações Internacionais da UERJ, disse que Trump indica um funcionário de carreira para o cargo.
"É um diplomata experiente, acho que esse é um ponto fundamental. Vale dizer que nos Estados Unidos é muito comum a indicação de embaixadores e chefe da missão diplomática de fora do serviço exterior norte-americano. Em via de regra empresários, doadores de campanha. Esse não é o caso do Todd Chapman", analisa.
Se aprovado, essa será a segunda embaixada norte-americana ocupada por Chapman. Entre 2016 e junho de 2019, o diplomata ocupou o cargo de embaixador no Equador, quando foi nomeado durante o governo de Barack Obama.
Segundo Paulo Velasco, Trump buscou um nome que entenda a aproximação entre os EUA e o Brasil.
"Trump queria indicar um nome que conhece a realidade brasileira em um contexto em que temos testemunhado de uma grande aproximação bilateral entre os dois países, impulsionada pelos interesses do presidente Bolsonaro e do chanceler Ernesto Araújo", disse.
Chapman também atuou em outros cargos diplomáticos no Afeganistão, na Bolívia, na Costa Rica, em Moçambique, na Nigéria, em Taiwan e em Uganda.
Paulo Velasco disse que há também uma aproximação ideológica entre Chapman e Bolsonaro.
"O Chapman é um homem de confiança, é alguém muito comprometido com as críticas a uma bandeira de esquerda na América Latina. Então convém muito com a lógica de Trump com relação ao Brasil, com o governo Bolsonaro e o chanceler Ernesto Araújo, é uma figura que se encaixa bem com o momento político brasileiro", completou.
O último embaixador dos EUA no Brasil foi Michael McKinley, indicado por Barack Obama em 2016, que deixou o posto o fim de 2018.