A ideia veio de Anco Peeters, da Universidade de Wollongong, Austrália, e Pim Haselager, da Universidade Radboud, Holanda.
Conforme um artigo dos acadêmicos publicado pela ResearchGate, os cientistas demonstraram preocupação com o comportamento "abusivo" que indivíduos podem ter com bonecas sexuais.
A razão disso é que, por se tratar de uma máquina, os indivíduos teriam maior propensão para atuar de maneira "violenta e contra a decência" do que com outros indivíduos.
Ainda segundo os acadêmicos, o comportamento repetido se tornaria norma, reproduzindo nos donos das bonecas uma sensação de que o "ato violento" é normal.
"Isso pode levar a um comportamento indesejável e sua generalização para outros contextos que envolvem a interação entre indivíduos", escreveram os pesquisadores.
Tanto Peeters quanto Haselager acreditam que o comportamento sem os limites da decência diante dos dispositivos sexuais poderia passar as fronteiras da relação homem-robô e afetar as relações interpessoais.
Além da dupla, Robert Sparrow, pesquisador sobre ética humana em relação aos robôs, acredita que o uso de dispositivos sexuais poderia levar o usuário a um comportamento viciante de atos reprováveis.
"Ele sugere que, se as pessoas têm bonecas sexuais, elas podem concretizar suas fantasias com a boneca, inclusive estupro", refletiu a ideia de Sparrow a dupla de cientistas.
Desta forma, a solução apresentada por Peeters e Haselager seria o desenvolvimento de bonecas sexuais que só interagiriam com seus donos de "forma consentida".