O novo caça chinês J-20, oficialmente chamado de Weilong, é a resposta da China à quinta geração de aeronaves furtivas dos Estados Unidos, o F-22 Raptor e o F-35 Lightning II, opina a jornalista da Sputnik Internacional Morgan Artyukhina.
Para a colunista, embora os aviões sejam comparáveis em muitos aspectos, sua similaridade superficial é muitas vezes julgada pelos comentaristas da defesa como prova de que os engenheiros chineses roubaram o projeto da Lockheed Martin.
O ex-conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, disse no início de setembro que "o avião de caça chinês de quinta geração se parece muito com o F-35".
Um recente artigo da revista norte-americana The National Interest afirmou inequivocamente que o "ponto-chave" era que "Pequim há muito que tem roubado tecnologia estrangeira e a usado para fazer engenharia reversa de suas próprias armas".
Projeto roubado?
De acordo com Artyukhina, alegações semelhantes foram feitas contra o helicóptero chinês Harbin Z-20, ridicularizado como uma "cópia" do helicóptero americano Sikorsky UH-60 Black Hawk – o que também pode ser considerado um julgamento superficial, já que o helicóptero difere significativamente do helicóptero Sikorsky em vários aspectos técnicos.
Da mesma forma, o drone embarcado Sharp Sword é considerado um projeto roubado da Boeing, já que o veículo não tripulado chinês e o drone MQ-25 Stingray da Boeing utilizam a forma de asa voadora e voam a partir de porta-aviões.
A jornalista explica que, ao contrário do que dizem, o caça J-20 não tem um sistema de sensores "muito semelhante" ao Sistema de Direcionamento Eletro-Óptico (EOTS) do F-35, mas que ambos são montados em lugares parecidos, sob o nariz da aeronave.
Um artigo da Task & Purpose referiu que "partes do design do J-20 parecem se assemelhar ao F-22 e suas curvas furtivas". No entanto, quando esta história chegou ao Asia Times, as semelhanças tornaram-se "impressionantes" e as curvas furtivas não apenas se assemelham, mas elas "imitam" o F-35.
As alegações são de que em 2007, e depois em 2017, hackers chineses teriam estado implicados no roubo de documentos técnicos relacionados ao programa F-35 nos EUA e na Austrália. Contudo, com o J-20 voando pela primeira vez em 2011 e o FC-31 em 2012, a alegação de que esses hackers poderiam ter sido usados para afetar o design de qualquer um dos jatos é, na melhor das hipóteses, instável.
Semelhanças superficiais
É visível que o J-20, por mais "curvas semelhantes" ao F-35 que tenha, é um avião muito maior, medindo 21,1 metros em vez dos 15,67 metros de comprimento do F-35. Outra grande diferença sugerida são os motores: os F-35 só têm um motor, enquanto tanto o J-20 como o FC-31 têm dois.
Além disso, as semelhanças superficiais entre as aeronaves são tão antigas quanto os próprios aviões, tornando a identificação da década em que um jato foi projetado uma tarefa bastante fácil na maioria dos casos. Os aviões construídos hoje não se parecem aos jatos do pós-guerra, embora em alguns casos esses aviões permaneçam em serviço.
Pequim rejeitou a acusação, afirmando que "a China se opõe resolutamente à transferência forçada de tecnologia e está tomando medidas decisivas contra o roubo de propriedade intelectual". As acusações de transferência forçada de tecnologia contra a China são infundadas e insustentáveis, cita a jornalista.