A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola, Maria do Rosário Bragança Sambo, está na cidade balneária russa de Sochi participando do Fórum Econômico Rússia-África, onde foi convidada a fazer parte de conferência ligada à importância da capacitação da população em prol do desenvolvimento econômico através da parceria russo-africana.
União com Rússia para fortalecimento
Maria Sambo ressaltou na conferência que Angola visa fortalecer as áreas de ensino de engenharias e de tecnologias, que englobem não só infraestrutura, mas também tecnologias da saúde e de informação para impulsionar a economia angolana com profissionais formados para o mercado de trabalho.

Para a ministra angolana, uma cooperação mais eficaz com a Rússia pode fazer com que Angola avance no ensino superior com uma investigação científica puxada ao desenvolvimento econômico. Maria Sambo ressaltou que há mais de 500 estudantes angolanos na Rússia, com maioria fazendo graduação.
Brasil e Angola ligados pela educação
De acordo com o Censo da Educação Superior de 2018, angolanos são os estrangeiros mais presentes nas salas de aula das universidades brasileiras: são 1.818, mais de 10% do total de alunos de fora do Brasil.
A ministra angolana ressaltou para a Sputnik Brasil o intercâmbio de quatro angolanos, que são professores universitários, estudando em mestrado e doutorado em universidades brasileiras como Unesp, Unicamp e USP.

A cooperação não acaba por aí, segundo Maria Sambo, pois há universidades angolanas e brasileiras com projetos de pesquisa científica conjuntos. Uma pesquisadora angolana "tem um trabalho com o Instituto Butantan para produção de soro antiofídico já que mordeduras de serpentes são um problema grave em Angola", ressaltou a ministra Maria Sambo à Sputnik Brasil.
A ministra angolana não escondeu o interesse pela experiência brasileira no ensino à distância.
"O Brasil tem uma experiência muito grande no ensino à distância, que é algo que nós estamos a regulamentar no nosso país, e esta será uma área muito forte para cooperação com o Brasil."
E a política da educação de Bolsonaro?
Para a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação de Angola, o importante é que pesquisa científica continue sendo financiada, mesmo que "com os poucos recursos financeiros que existem".
"O que nos interessa é, do acompanhamento que nós fazemos, sentir que existe um ambiente favorável para que investigadores angolanos e brasileiros façam cada vez mais projetos de investigação conjuntos, e que, com os poucos recursos financeiros que existem, façam submissão a projetos de investigação, quer com financiamento angolano, quer com financiamento brasileiro, e que nossas universidades consigam complementar-se em aspectos importantes."
Fórum Econômico Rússia-África
O fórum de fortalecimento da pareceria entre a Rússia e todo o continente africano está sendo organizado na cidade balneária russa de Sochi entre os dias 23 e 24 de outubro.
Representante de mineradora angolana esclareceu a ligação diamantífera da Rússia com Angola, e como foi a parceria das empresas russa e angolana com a empreiteira Odebrechthttps://t.co/ZFvqcEgFvD
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) October 23, 2019
Trata-se de um espaço de discussão dos atuais ramos de negócios promissores e de fortalecimento das relações econômicas já existentes entre as nações participantes. Além do mais, é um ótimo espaço para fechar negócios.
O Fórum Econômico Rússia-África deste ano conta com participação de representantes de empresas e de governos de 43 países africanos.