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Brasil e China assinam acordos de cooperação e comércio durante viagem de Bolsonaro

© AP Photo / Andy WongBandeiras da China e do Brasil
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Durante a viagem do presidente Jair Bolsonaro à China foram assinados diversos acordos entre o país e o Brasil, nas áreas de ciência e tecnologia, economia, comércio, energia, agricultura e outras.

Nesta sexta-feira (25), último dia da visita, Bolsonaro se encontrou com o presidente chinês, Xi Jinping, que prometeu aumentar as trocas comerciais com o Brasil. A reunião aconteceu no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

"Estava ansioso para esta visita porque temos na China o primeiro parceiro comercial e me interessa muito fortalecer este comércio, bem como ampliar novos horizontes. Hoje podemos dizer que uma parte considerável do Brasil precisa da China e a China também precisa do Brasil", disse Bolsonaro, segundo publicado pela Agência Brasil.

Além disso, o presidente convidou os chineses a participar do leilão do pré-sal, considerado pelo governo como o maior do setor de óleo e gás da história. 

Carne processada

Entre os atos assinados estão protocolos sanitários para exportação do Brasil à China de carne termoprocessada (que passa por processo de cozimento) e farelo de algodão, que é usado como ração animal.

Em 2018, o Brasil exportou US$ 557 milhões em carne bovina processada e a China importou US$ 25 milhões do produto.

No caso do farelo de algodão, a exportação brasileira ainda é muito pequena. A China, por sua vez, importou US$ 4 milhões do produto no ano passado. Os protocolos sanitários têm a função de evitar a entrada de pestes ou pragas endêmicas do país exportador ao país importador.

Aduanas

Outra medida anunciada foi um acordo aduaneiro, que prevê o reconhecimento mútuo das certificações de Operador Econômico Autorizado (OEA) emitidas pelas autoridades aduaneiras dos dois países.

As empresas que obtém o selo conseguem benefícios como tratamento prioritário, menos inspeções, requisitos menos rígidos de segurança e expedição agilizada, o que, segundo o governo, permitirá agilizar o comércio, reduzir custos e aumentar a competitividade.

Cooperação entre Itamaraty e Ministério dos Negócios

Outro memorando assinado determina contatos institucionais mais regulares e diretos entre os ministérios das Relações Exteriores do Brasil e dos Negócios Estrangeiros da China, o que, de acordo com o Palácio do Planalto, "possibilitará comunicação estreita e ágil sobre temas bilaterais, regionais e internacionais de grande relevância".

Energias renováveis

Os dois países assinaram ainda o Memorando de Entendimento sobre Cooperação em Energias Renováveis e Eficiência Energética, que pretende estabelecer as bases para o desenvolvimento de energias novas e renováveis, bioenergia e para distribuição e eficiência energética. O acordo prevê ainda cooperação e coordenação com terceiros países e fóruns internacionais.

Linhão Xingu-Rio

Durante a viagem, foi entregue à chinesa State Grid o Termo de Liberação de Operação do linhão de transmissão de energia entre a Usina de Belo Monte, no Pará, e o Rio de Janeiro, com extensão de 2,5 quilômetros.

A responsável pelo projeto, no valor de R$ 8,5 bilhões, é a Xingu-Rio Transmissora de Energia (XRTE), subsidiária da State Grid. Segundo o governo, o empreendimento contribui significativamente para o aumento da disponibilidade, capacidade e segurança do sistema elétrico nacional, além de garantir maior uso de energia limpa e sustentável e impactar positivamente na recuperação dos níveis dos reservatórios da região Sudeste.

© REUTERS / Yukie NishizawaO presidente da China, Xi Jinping, ganha camisa do Flamengo de presente do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em Pequim, China, 25 de outubro de 2019.
Brasil e China assinam acordos de cooperação e comércio durante viagem de Bolsonaro - Sputnik Brasil
O presidente da China, Xi Jinping, ganha camisa do Flamengo de presente do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em Pequim, China, 25 de outubro de 2019.

Senai

Também foi firmado um acordo entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a CTG Brasil, subsidiária da China Three Gorges Cooperation, que permitirá a criação de um centro de pesquisa voltado para energias limpas. Por meio da "Plataforma de Inovação Técnico-Científica" serão aplicados R$ 100 milhões nos próximos cinco anos.

Educação

Na área de educação, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) assinou acordo com a National Natural Science Foundation of China (NSFC) para o intercâmbio de cientistas, acadêmicos e estudantes e o incentivo à pesquisa.

Também foi firmado memorando de entendimento para o intercâmbio de jovens cientistas entre os dois países e o financiamento de bolsas de estudo.

Embrapa

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e a Academia Chinesa de Ciências assinaram memorando para estabelecer laboratórios conjuntos voltados ao melhoramento e desenvolvimento da soja.

Também foi assinado um acordo entre a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade de Hebei para o estabelecimento do Instituto Confúcio na UFG, que terá aulas de mandarim, cultura chinesa e medicina tradicional chinesa.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2018, o fluxo de comércio entre os dois países alcançou a marca  de US$ 98,9 bilhões. O país asiático, por sua vez, é um dos principais fornecedores de investimento em áreas como infraestrutura e energia. 

A visita marcou uma aproximação entre os dois países. Durante a campanha presidencial, Bolsonaro criticou os investimentos chineses no país. 

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