Pressionado pelas críticas internacionais e por protestos no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) assinou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para conter os crescentes incêndios na Amazônia, que explodiram na comparação com períodos anteriores e chegaram a fechar o aeroporto de Porto Velho.
Inicialmente prevista para durar um mês, a medida foi prorrogada por mais 30 dias. A ação abriu caminho para o uso das Forças Armadas na fiscalização ambiental e no combate aos incêndios.
Em balanço divulgado pelo Ministério da Defesa após o primeiro mês da medida, que foi batizada de "Operação Verde Brasil", foi informado que 8.170 pessoas estavam envolvidas, além de 143 viaturas, 12 aeronaves e 87 embarcações. Ainda de acordo com o Ministério da Defesa, 27 veículos e 63 pessoas foram detidas, além de R$ 36,3 milhões em termos de infração terem sido aplicados.
O secretário-geral da ONG SOS Amazônia no Acre, Miguel Scarcello, afirma que Bolsonaro demonstrou "compromisso e seriedade" com a GLO, mas avalia que houve um "enfraquecimento dos órgãos de controle ambiental".
"No caso do Exército, seria interessante a permanência deles, para evitar que o desmatamento reinicie", diz Scarcello à Sputnik Brasil.
O membro da SOS Amazônia acredita que a presença das Forças Armadas ajudou na diminuição dos incêndios, mas ressalta que a chegada do período de chuvas também contribuiu para o controle do fogo.
Já o advogado e especialista em direito ambiental Fernando Pinheiro Pedro avalia de maneira positiva a GLO: "É uma resposta muito boa, inclusive no cenário internacional".
"Acredito que o Governo Federal tenha acordado para a questão. A presença militar é importante do ponto de vista de ostensividade, ela por si só tem essa capacidade de inibir, a presença ostensiva é muito importante", diz Pedro à Sputnik Brasil.