O futuro estudo da salamandra mexicana e dos processos que têm lugar no seu organismo poderia ajudar a tratar pacientes humanos, segundo o portal Phys.org.
Dado que as salamandras costumam se reproduzir em zonas superlotadas nos quais a comida escasseia, alguns destes animais frequentemente acabam comendo as extremidades dos seus congêneres para sobreviver. Ainda assim, seus membros, pele, ossos, tecidos musculares e inclusive terminações nervosas se regeneram por completo em questão de meses.
Outras espécies de anfíbios também são capazes de regenerar várias partes do seu corpo, mas os axolotles são a única que o faz de tal maneira que a nova extremidade é uma cópia exata da anterior.
James Monaghan, professor da biologia da Universidade do Nordeste, considera que essa capacidade deve ser uma propriedade única das células deste animal. Trata-se da presença de uma molécula chamada neuregulin 1. Quando os investigadores a retiravam das células do axolotle, esta perdia sua capacidade de regenerar os tecidos. Quando voltaram a introduzi-la, o anfíbio recuperava sua incrível habilidade.
O cientista tentou introduzir a molécula neuregulin 1 nas células mãe de suínos, por serem parecidas às dos humanos, e examinou sua habilidade para regenerar a retina. No novo organismo, estas células falharam e morreram. Quando o investigador fez o mesmo com os olhos do axolotle, menos células mãe morreram. Os resultados do experimento sugerem que poderia haver outra molécula ou mecanismo ativando o efeito da neuregulin 1.
Os investigadores estadunidenses consideram que existem muitos aspetos no genoma dos axolotles que seguimos ignorando. Futuros estudos poderiam ajudar a avançar o tratamento de enfermidades degenerativas da retina em seres humanos.
Segundo Monaghan, se se conseguisse descobrir como exatamente funciona o processo da regeneração destes anfíbios "nossos corpos poderiam fazer o resto do trabalho".