Em pronunciamento feito neste domingo (27), Donald Trump descreveu a operação norte-americana que teria eliminado Abu Bakr al-Baghdadi, líder da organização terrorista Daesh.
Last night, the United States brought the world's number one terrorist leader to justice. President @realDonaldTrump addresses the death of Abu Bakr al-Baghdadi, the founder and leader of ISIS. Full remarks: https://t.co/3ucibNVOU8 | More: https://t.co/b4fBx9qyY6 pic.twitter.com/odrheyNRtc
— Department of State (@StateDept) October 27, 2019
Ontem à noite, os EUA levaram o líder terrorista número um do mundo à justiça. O presidente Donald Trump fala sobre a morte de Abu Bakr al-Baghdadi, fundador e líder do ISIS [Daesh].
O serviço em inglês da Rádio Sputnik recebeu o analista de relações internacionais e segurança Mark Sleboda para conversar sobre o ocorrido e dissecar os detalhes da operação norte-americana.
O petróleo sírio
De acordo com o analista, o interesse dos EUA neste momento é garantir a posse do petróleo sírio:
"O interesse deles agora é se apossar do petróleo da Síria. O Ministério da Defesa da Rússia chegou mesmo a acusar os Estados Unidos de estarem envolvidos em contrabando de petróleo sírio", lembrou o analista.
De fato, o major-general russo Igor Konashenkov acusou os Estados Unidos de contrabandearem petróleo, com base em imagens de satélite, publicadas neste sábado (26).
O major-general classificou a presença de tropas e a fortificação do terreno em torno dos poços de petróleo de al-Hakashah como "banditismo estatal internacional".
Uma empresa citada por Konashenkov é a norte-americana Sabcab (também conhecida como Sedcab). Apesar de ter sido criada com apoio da comunidade curda local, os seus lucros revertem para serviços de inteligência e empresas de segurança privadas ligados aos EUA.
Sleboda explicou que os lucros provenientes do petróleo contrabandeado financiam "operações especiais e secretas" dos EUA na região.
Captura de Baghdadi em Idlib gera questionamentos
O analista notou que a captura em Idlib do líder do Daesh é passível de questionamentos. A cidade é um reduto da Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e demais países), um grupo bastante hostil ao Daesh.
"É estranho que Baghdadi tenha fugido para Idlib, um território controlado pelos seus inimigos", ponderou.
A cidade, localizada a cerca de 8 quilômetros da fronteira com a Turquia, também seria de difícil acesso ao terrorista líder do Daesh:
"Para chegar até lá [Idblib], Baghdadi teria que ter atravessado muitos territórios inimigos: territórios controlados pelos curdos, pelos americanos, por milícias apoiadas pelos turcos, pelo governo sírio e pela Rússia", descreveu o analista.
O analista também notou que os norte-americanos não realizaram a operação a partir da Turquia, seu aliado da OTAN, preferindo realizá-la a partir do Iraque. Isso, segundo Sleboda, seria uma demonstração de que os norte-americanos não confiam no líder turco, Recep Tayyip Erdogan.