"[Os norte-coreanos] têm um programa de trabalho semicongelado sobre mísseis balísticos para submarinos", disse Ilia Dyachkov, professor associado de Estudos Orientais do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscou.
"Eles têm suas próprias dificuldades significativas, sendo a principal delas o fato de, mesmo que sejam desenvolvidos mísseis balísticos lançados de submarinos [SLBM] perfeitos, eles não têm submarinos nucleares, eles só têm navios movidos a diesel, ruidosos, e é difícil usá-los em modernas operações de combate reais", complementou.
O especialista também mencionou outras áreas de trabalho possíveis.
"Que coisas desagradáveis podemos esperar? Trata-se da continuação das pesquisas nucleares, do início de um novo ciclo de trabalho. Também uma continuação real do trabalho sobre mísseis de longo alcance", disse Dyachkov.
Arsenal poderoso
A Coreia do Norte também pode oferecer aos Estados Unidos surpresas fora do campo militar, segundo o analista.
"Além disso, os norte-coreanos são geralmente criativos, e as surpresas podem não ser necessariamente entendidas como preparativos militares ou novos testes. Talvez encontrem outra forma de lutar pelos seus interesses", destacou.
Anteriormente, o embaixador russo em Pyongyang, Aleksandr Matsegora, disse em uma entrevista que, além do lançamento de mísseis, a Coreia do Norte tem bastantes mais "surpresas" em seu arsenal que poderiam incomodar os EUA e outros países.
O programa nuclear norte-coreano tem sido uma fonte de preocupação para a comunidade internacional há muitos anos e seu desenvolvimento desencadeou a imposição de sanções contra Pyongyang pelo Conselho de Segurança da ONU.
Washington exige que Pyongyang tome medidas mais decisivas para renunciar às armas nucleares, enquanto a Coreia do Norte observa que os EUA não tomam nenhuma medida em resposta às suas medidas voluntárias para desnuclearizar a península.