Dom Bertrand de Orléans e Bragança é apontado como um dos herdeiros da família imperial brasileira.
Segundo o historiador Milton Teixeira, o título usado pela embaixada era previsto na Constituição de 1824, mas foi abandonado na primeira Constituição republicana, promulgada em 1891.
"Não existem títulos de nobreza, assim como as condecorações da época do Império. Ninguém pode dizer hoje que é Barão, Visconde, Conde impunemente, mesmo que tenha recebido tal título de uma monarquia europeia, como por exemplo o Vaticano. Eles não têm valor do ponto de vista legal no Brasil", disse à Sputnik Brasil.
Dom Bertrand, como é chamado normalmente, foi recebido pelo encarregado de negócios, Nestor Forster, principal nome para assumir o cargo de embaixador nos Estados Unidos.
Brazil's Chargé d'Affaires Ambassador Nestor Forster Jr. met today with His Imperial and Royal Highness Dom Bertrand de Orléans e Bragança, who is on a visit to the United States. pic.twitter.com/wVZdqVerCb
— Embassy of Brazil in the USA 🇧🇷 (@BrazilinUSA) October 30, 2019
O encarregado de negócios Nestor Forster Jr. se encontrou hoje com Sua Alteza Imperial e Real Dom Bertrand de Orléans e Bragança, que está fazendo uma visita aos Estados Unidos
Ao ser perguntado sobre a postura da embaixada brasileira, o historiador Milton Teixeira disse que o órgão brasileiro errou.
"O título de sua majestade você põe para um Chefe de Estado, coisa que ele não é. O Brasil não é mais uma monarquia, ou seja, ele foi apresentado nos Estados Unidos como sendo um monarca brasileiro, isso não existe de forma alguma", afirmou.
Forster deve ser confirmado para assumir a embaixada brasileira em Washington depois de o filho do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), anunciar que desistiria de assumir o posto.
