Os destroços do HMS Urge foram encontrados por equipes de busca da Universidade de Malta, a pouco mais de três quilômetros da costa do país insular, reportou o jornal The Telegraph.
O submarino foi construído com dinheiro arrecadado pela população do País de Gales, que promovia espetáculos e campeonatos de cartas para angariar fundos.
A descoberta foi feita após Francis Dickinson, neto do capitão do submarino naufragado, ter solicitado que a universidade investigasse a área. O perímetro foi minado pelos nazistas durante o cerco de dois anos e meio à ilha.
Uma imagem de sonar revelou a presença do submarino a mais de 130 metros de profundidade.
"Os destroços na fuselagem revelam uma explosão violenta [...] indicando que a embarcação naufragou rapidamente, impedindo que qualquer pessoa se salvasse da tragédia", disse o coordenador da equipe de buscas, professor Timothy Gambin.
"Apesar da fuselagem danificada, os destroços estão em ótimas condições. Ele [submarino] está apontando para cima, muito orgulhoso, na direção que indica que estaria indo para Alexandria", disse Gambin.
Submarino HMS Urge
O submarino britânico desapareceu em 1942 depois de receber a ordem de seguir, com mais duas embarcações, de Malta para o Egito.
A explosão matou todos os 32 membros da tripulação, 11 passageiros da Marinha britânica e um jornalista.
Familiares das vítimas e a Marinha britânica estavam cientes de que a causa provável do acidente seria uma mina implantada pelos nazistas, teoria confirmada pela descoberta dos destroços.
Outra teoria, baseada nos relatórios militares alemães, sugeria que o submarino teria naufragado no dia 29 de abril, por um bombardeiro de mergulho, enquanto este atacava uma embarcação italiana na costa da Líbia.
O submarino foi ao mar no dia 27 de abril, mas nunca atingiu o seu destino final, que seria Alexandria, no Egito, em 6 de maio.
Correspondente Gray
O jornalista vitimado no acidente era Bernard Gray, um correspondente de guerra britânico que havia coberto a evacuação de Dunquerque.
Acredita-se que Bernard Gray teria usado a sua influência para conseguir viajar no submarino, no intuito de cobrir a guerra no norte da África.
A presença do correspondente na embarcação só foi confirmada em 2002, após extensa pesquisa dos arquivistas do Museu de Submarinos da Marinha Real britânica.
Uma cerimônia para declarar o local dos destroços um memorial de guerra está prevista para ser celebrada em abril de 2020.