Bolsonaro assinou acordos nas áreas de concessão de vistos, cooperação em projetos de Defesa, cooperação cultural e fortalecimento de investimentos bilaterais com Riad. Os acordos foram um dos últimos capítulos de uma agenda internacional que também passou por Japão, China, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Arábia Saudita.
O investimento de US$ 10 bilhões do fundo soberano saudita no Brasil ainda não teve cronograma ou mais detalhes divulgados. Todavia, o maior foco deverá ser a agricultura.
"Identificamos com o presidente brasileiro algumas áreas [que podem receber investimentos]. A número um é agricultura", disse o ministro do Comércio e Investimento saudita, Majid bin Abdullah Al Qasabi, em entrevista ao UOL.
Autoridades brasileiras também afirmaram que o dinheiro da Arábia Saudita poderá ser usado em obras de infraestrutura.
A quantia, contudo, é inferior aos US$ 100 bilhões prometidos à Índia, que já tem acordado o investimento de US$ 35 bilhões naquela que promete ser a maior refinaria de petróleo do mundo. O primeiro-ministro indiano, Nerenda Modi, também esteve na Arábia Saudita ao mesmo tempo que Bolsonaro.
Apesar da discrepância de valores, o professor de relações internacionais Universidade Presbiteriana Mackenzie Francisco Cassano acredita que "não há como fazer comparações" já que a Arábia Saudita está mais próxima da Índia e o projeto da refinaria, por si só, já representa um "investimento muito concentrado".
"O que nos deixa animados é que, em primeiro lugar, a Arábia [Saudita] está querendo fazer uma reserva da sua base alimentar, já é uma grande importadora do frango brasileiro, deve investir parte desses recursos em ampliar a sua base alimentar, talvez novos produtos brasileiros passem a fazer parte de sua cesta de alimentos", diz Cassano à Sputnik Brasil.
Em 2018, o Brasil exportou US$ 2,1 bilhões à Arábia Saudita, os principais produtos vendidos foram carne de frango (38%), açúcar de cana (16%) e carne bovina (7,3%). Já as importações ficaram em US$ 2,1 bilhões e o principal produto foi óleo bruto de petróleo (66%).