Segundo um novo estudo publicado esta semana na revista Science Advances, a peça de colar encontrada na Espanha evidencia que os hominídeos criaram objetos com finalidades ornamentais e simbólicas, e não apenas práticas.
A peça foi encontrada em Cova Foradada, em Calafekk, Tarragona, e é a primeira deste tipo descoberta na Península Ibérica, afirmou Antonio Rodríguez-Hidalgo, o autor principal da investigação, em um comunicado.
... Cova Foradada, en Calafell, Tarragona, sería "el último collar hecho por los neandertales" y es la primera pieza de este tipo que se halla en la península ibérica, señala en un comunicado Antonio Rodríguez-Hidalgo, autor principal de la investigación.https://t.co/ajzjot4W4f
— Flora Benasco (@FloraBenasco) November 2, 2019
O achado de Cova Foradada, em Calafell, Tarragona, seria "o último colar feito por homens de Neandertal" e é a primeira peça do gênero a ser encontrada na Península Ibérica, diz em comunicado Antonio Rodriguez-Hidalgo, autor principal da pesquisa
Fins decorativos
As garras de águia são um dos símbolos ornamentais mais antigos da Europa, ainda mais antigas do que as conchas usadas pelo Homo sapiens no norte de África. O colar encontrado evidenciaria que os homens de Neandertal podiam ter sido mais complexos do que se pensa.
"Os neandertalenses usavam garras de águia como elementos simbólicos, provavelmente como colares, desde o inicio do Paleolítico Médio", explica Rodríguez-Hidalgo.
Além disso, as marcas encontradas nas garras revelaram que o animal foi usado exclusivamente com fins decorativos e não para alimentação.
Legado cultural
Os cientistas sugerem que a nova descoberta pertença à cultura Chatelperroniense, a dos últimos neandertalenses que habitaram a Europa, correspondendo ao período em que esta espécie de hominídeo entrou em contato com o Homo sapiens.
"Se aceitarmos esta interpretação, então os neandertalenses teriam tido estruturas sociais e culturais suficientemente complexas para transmitir o uso e o significado destes códigos tanto no tempo, de geração em geração, como no espaço", concluem os autores do estudo.