A Hungria, membro da União Europeia, não adota a moeda única e não tem intenção de fazê-lo. Anteriormente, o Banco Central defendia que o país devia aderir ao euro somente quando a sua economia estivesse fortalecida.
No entanto, desde a chegada ao poder do primeiro-ministro de extrema-direita Viktor Orban, em 2010, a Hungria tem adotado políticas econômicas distintas daquelas defendidas pelo bloco.
O governador do Banco Central do país disse que é hora de a Europa "buscar uma saída para a armadilha do euro".
"Existe um dogma prejudicial de que o euro seria um passo 'natural' rumo à unificação da Europa Ocidental. Mas a moeda única europeia não tem nada de normal", escreveu Matolcsy.
O economista, que acaba de ser nomeado para um segundo mandato de seis anos na chefia do Banco Central da Hungria, acredita que os países deveriam ser autorizados a se retirar da zona do euro, e aqueles que permanecessem deveriam construir uma moeda única "mais sustentável".
"Duas décadas após a criação do euro, a maioria dos pilares necessários para uma moeda única bem sucedida ainda não foram criados: um Estado comum, um orçamento cobrindo pelo menos 15-20% do PIB da zona do euro, um ministério e um ministro da Fazenda", explicou.
Ele também acredita que o Tratado de Maastricht de 1992, que estipula as condições para a adoção da moeda única, deveria ser revisado. Uma das condições estipulada pelo Tratado é que os países tenham déficit fiscal inferior a 3% do PIB, o que a Hungria atualmente cumpre com relativa folga.
Sob Viktor Orban, a Hungria modificou sua política de emissão de títulos de dívida, preferindo papéis denominados em florins, a moeda local. A medida tem como objetivo reduzir a dependência de moedas estrangeiras.