Uma equipe internacional de cientistas anunciou a descoberta de um fóssil de macaco macho com mais de 11 milhões de anos. A pesquisa aponta que o indivíduo andava ereto e tinha ossos notavelmente parecidos com os dos seres humanos.
Em artigo publicado na revista Nature, a equipe concluiu que a mais nova espécie de macaco, chamada de Danuvius Guggenmosi, não só andava ereto como os seres humanos, mas também escalava árvores como os macacos.
"[A descoberta] levanta perguntas fundamentais sobre o nosso entendimento acerca da evolução dos grandes mamíferos e dos humanos", disse à AP a coordenadora da pesquisa, Madelaine Boehme.
Os cientistas tentam identificar o momento exato em que os macacos passaram a andar nas patas traseiras desde que Darwin fez as principais descobertas acerca da evolução humana. Os fósseis disponíveis até agora, encontrados em Creta e no Quênia, apontavam que os macacos passaram a andar com a coluna ereta há cerca de 6 milhões de anos atrás.
Segundo a pesquisadora, o Danuvius Guggenmosi, que tinha cerca de um metro de altura e pesava aproximadamente 31 quilos, também leva a questionar a premissa assumida por boa parte da comunidade acadêmica de que a evolução humana teria "ocorrido exclusivamente na África".
As pesquisas indicam que a nova espécie era capaz de caminhar ereta e tinha um forte dedo grande nos pés, permitindo-o agarrar ramos com o pé e caminhar facilmente sobre os galhos das árvores.
Fred Spoor, paleontólogo do Museu de História Natural de Londres, disse que a descoberta é "fantástica" e prevê um debate intenso sobre o tema, que desafia muitas das ideias atuais acerca da evolução.