Dean Reuter, coautor do livro "O nazista escondido: a história não contada do pacto dos EUA com o diabo", alega que a tecnologia seria crucial para a corrida armamentista com a União Soviética, iniciada logo após a Segunda Guerra Mundial.
Reuter conta que os EUA se beneficiaram da parceria com general Hans Kammler, que era o supervisor do programa de desenvolvimento de mísseis da Alemanha nazista.
O livro busca esclarecer se os EUA fizeram acordo com o general nazista para acessar seus conhecimentos.
As pesquisas indicaram que houve acordo para transferência de tecnologias que, posteriormente, seriam cruciais para o embate contra a União Soviética durante a Guerra Fria.
Em busca do 'ouro nazista'
Reuter diz que, em certo ponto da guerra, a derrota alemã já estava clara e, por isso, todos já sabiam que haveria "grande corrida pelas tecnologias" nazistas.
"Havia muitos espólios a serem tomados, uma vez que o Reich alemão se contraía, com a União Soviética se aproximando de um lado e os aliados ocidentais do outro. Mas essa tecnologia de mísseis era especialmente atrativa, porque era avançadíssima", acentuou Reuter ao jornal Breitbart News Daily.
Segundo o autor, o país que conseguisse capturar o maior número de cientistas do programa de mísseis nazista, estimados em cerca de 4.500, iria "dominar o mundo".
Houve acordo secreto com o general nazista?
Reuter afirma possuir provas de que os EUA conseguiram firmar um acordo com o general nazista, descrito no livro como "o pior criminoso de guerra nazista de quem você nunca ouviu falar".
O acordo teria sido selado no âmbito do projeto Hermes, de 1944, no qual o governo dos EUA fez acordo com a gigante industrial General Electric para construir um míssil tipo V-2.
De acordo com Reuter, emissários do general Kammler teriam se encontrado com membros do governo americano e da General Electric na embaixada dos EUA em Lisboa, Portugal.
Kammler teria "selado esse acordo com os americanos para transferir essa tecnologia", acusa o livro.
O centro de pesquisa, no qual o míssil nazista estava sendo desenvolvido, ficava na região nordeste da Alemanha e, para evitar que a tecnologia caísse nas mãos dos soviéticos, que se aproximavam rapidamente, o general ordenou a transferência do centro para a região central.
Para realizar a transferência, o general ordenou a construção de um centro subterrâneo. A construção utilizou mão de obra escrava e vitimou dezenas de milhares de vidas, segundo Reuter.
Mesmo assim, o centro acabou na zona de ocupação soviética após a Conferência de Yalta. Isso teria levado o general a ordenar nova transferência urgente para Bavária, região que os norte-americanos poderiam alcançar em uma semana.
"Logo, ficou claro para nós que o general fez essas transferências – que são extraordinárias e muito difíceis de serem realizadas – para entregar a tecnologia de mísseis para os norte-americanos", concluiu Reuter.