O projeto TNG50 permitiu ver pela primeira vez em detalhes como se formam as galáxias e como evoluíram logo depois do Big Bang. Os resultados foram publicados na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
O TNG50 é o primeiro simulador digital que combina a modelagem de um volume enorme do espaço com alta precisão e detalhes. Ele permite recriar os fenômenos físicos que ocorrem em um volume cúbico do espaço com um lado de 230 milhões de anos-luz à escala de apenas alguns anos-luz, seguindo simultaneamente a evolução de milhares de galáxias durante 13,8 bilhões de anos da história espacial. O modelo inclui mais de 20 bilhões de partículas que imitam matéria escura, estrelas, gás cósmico, campos magnéticos e buracos negros supermassivos.
Os cálculos foram realizados no supercomputador Hazel Hen, localizado na cidade de Stuttgart, Alemanha, que tem 16 mil núcleos. O trabalho decorreu durante 24 horas por dia e sete dias por semana por mais de um ano, o que é equivalente a 15 mil anos com o uso de um processor de um núcleo.
O simulador TNG50 permitiu calcular pela primeira vez a dinâmica doa fluxos de gás cósmico que cerca as galáxias. Foi revelado que a geometria do fluxo de gás define a forma e estrutura da galáxia.
Os cientistas viram como das nuvens de gás caóticas se formam os discos planos das galáxias espirais parecidas com a Via Láctea.
Todos esses fenômenos foram observados pelos cientistas pela primeira vez.
"Os experimentos numéricos desse tipo são particularmente bem-sucedidos quando se obtém mais do que se esperava. No nosso modelo vimos fenômenos que não estavam programados", disse um dos chefes da pesquisa, o cientista alemão Dylan Nelson do Instituto Max Planck de Astrofísica.
Nelson explicou que os fenômenos surgem de maneira natural da interação complexa entre as principais componentes do modelo do Universo criado com o simulador TNG50.