De acordo com a empresa dos Estados Unidos, uma política ambiental segura pode melhorar o perfil de crédito das empresas da área, revelou a agência de notícias Reuters.
A Sputnik Brasil entrevistou o professor de relações internacionais da FAAP e da PUC-SP David Magalhães sobre o comunicado da Fitch e os rumos da política externa brasileira.
Na avaliação de Magalhães, o alerta reflete uma maior preocupação do comércio global com temas como direitos humanos e preservação ambiental.
"A partir dos anos 1990, há um entrelaçamento muito grande de uma agenda comercial aos chamados novos temas, principalmente os tópicos relativos aos direitos humanos e meio ambiente. Essa agenda é particularmente relevante para países europeus e para a ONU. Então há um certo consenso na comunidade internacional de que o comércio deve vir acompanhado de responsabilidades no campo ambiental e humanitário", afirma Magalhães.
Durante a fase mais aguda da repercussão internacional sobre os incêndios na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou a acusar o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, de colonialismo. Bolsonaro também disse que a Alemanha poderia usar o dinheiro que decidiu não investir no Fundo Amazônia, por conta de discordâncias sobre os rumos da política ambiental nacional, para reflorestar seu próprio território.
Magalhães avalia que a postura de Bolsonaro, e do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, prejudica os interesses econômicos do Brasil e cita como exemplo o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia, que estabelece regras ambientais para os signatários.
"O que nosso chanceler atribuí a uma espécie de conspiração globalista para destruir as nossas tradições e invadir nossa soberania é, na verdade, uma agenda plenamente aceita inclusive por alguns partidos da extrema-direita europeia."