Chris Mason, geneticista e professor de fisiologia e biofísica na Universidade Weill Cornell de Nova York (EUA), estudou os efeitos genéticos dos voos espaciais e como os humanos poderiam superar estes desafios. Uma das maneiras mais inovadoras de proteger os futuros astronautas em missões a lugares como Marte poderia ser incorporar genes do DNA dos tardígrados, conhecidos por sua capacidade de sobreviver em condições extremas, inclusive no vazio do espaço.
No entanto, a ideia de alterar os genes humanos é muito controversa e atualmente os experimentos se aplicam somente a animais.
"Não tenho planos de levar a cabo mudanças genéticas com astronautas nas próximas duas décadas. Se tivermos outros 20 anos de puro descobrimento e mapeamento e validação do que pensamos saber, talvez dentro desse tempo possamos estar na fase de criar um ser humano que possa sobreviver melhor em Marte", afirma Mason em entrevista para a publicação Sapce.
Como é possível alterar geneticamente um ser humano para a exploração espacial?
Uma forma de os cientistas poderem alterar os futuros astronautas é através da engenharia genética, que supõe a ativação ou desativação da expressão de certos genes. Alternativamente, os pesquisadores estão explorando como combinar o DNA humano com o de outras espécies, por exemplo, os tardígrados.
Tardigrade protein helps human DNA withstand radiation https://t.co/TEgD4T7qoa pic.twitter.com/dnwT8Oz3Np
— Scientific American (@sciam) September 24, 2016
Proteina do tardígradi auxilia o DNA humano a resistir à radiação.
A engenharia genética humana poderia ser ética se aumentar a capacidade de as pessoas habitarem Marte de maneira segura sem interferir na sua capacidade de viver na Terra.
Segundo Mason, a mudança genética dos seres humanos para viagens espaciais provavelmente seria parte das mudanças naturais na fisiologia humana que poderiam ocorrer depois de se viver em Marte durante vários anos. "Não se trata de se evoluiremos ou não, mas sim de quando evoluiremos", conclui.