Embora alguns programas que envolviam o treino de animais para fins militares e de vigilância já sejam do conhecimento do público em geral, também não faltam casos em que os animais são apenas suspeitos de atuarem como espiões.
Com as recentes especulações de que uma baleia beluga, vista jogando rúgbi com um grupo de marinheiros sul-africanos perto do Círculo Ártico, poderia ser uma "baleia espiã" supersecreta da Marinha russa, é sempre bom saber que a humanidade tem uma longa história de uso de animais para fins militares ou de espionagem.
Pombos
Os pombos-correio eram utilizados pelos humanos como meio de comunicação a longas distâncias desde tempos imemoriais.
Os pombos-correio também foram muito utilizados durante a Primeira Guerra Mundial, transmitindo mensagens importantes através de um deles, chamado Cher Ami, e até mesmo ganhando a decoração militar francesa "Croix de Guerre com Palma" por suas façanhas.
Gatinho acústico
Na década de 1960, a CIA fez uma tentativa de transformar literalmente os gatos em dispositivos de escuta ambulante, implantando uma combinação de pequenos microfones e transmissores de rádio no corpo do felino.
In the 1960s Operation 'Acoustic Kitty', the CIA tried to equip cats with radio transmitters to eavesdrop on Soviet conversations. It didn't work. pic.twitter.com/H9igs01Cjb
— Weird History (@weird_hist) August 28, 2019
Na operação Acoustic Kitty (Gatinho Acústico, em tradução livre) dos anos 60, a CIA tentou equipar os gatos com transmissores de rádio para escutar as conversas soviéticas. Não funcionou.
O projeto, que custou cerca de US$ 20 milhões, foi descartado em 1967, com sua primeira missão terminando em um fracasso espetacular depois que um gato "grampeado", que foi liberado perto da embaixada soviética em Washington para ouvir a conversa de dois homens em um parque próximo, foi prontamente atropelado por um táxi.
Morcegos-bomba
Em 1942, um cirurgião dentista da Pensilvânia, EUA, chamado Lytle S. Adams, lançou a ideia de armar morcegos, ligando bombas incendiárias temporizadas aos seus corpos e depois carregando um grupo deles em um invólucro em forma de bomba para ser lançado de um avião-bomba.
Embora a ideia tenha sido aprovada pelo presidente Roosevelt, o projeto acabou sendo abandonado, pois em 1944 os dirigentes dos EUA acreditaram, aparentemente, que o esforço estava avançando muito lentamente, com a liderança dos EUA voltando atenção para uma arma muito mais destrutiva, que acabou sendo lançada sobre o Japão um ano mais tarde.
Golfinhos
Tanto os Estados Unidos como a União Soviética procuraram empregar golfinhos para fins militares, como, por exemplo, para varrer minas.
Em 2015, o Hamas anunciou que os seus comandos de mergulhadores de combate conseguiram capturar um golfinho equipado com equipamento de vigilância, tendo a organização afirmado que a criatura foi enviada por Israel em uma missão de espionagem.
Ratos explosivos
Durante a Segunda Guerra Mundial, o Executivo Britânico de Operações Especiais procurou causar estragos em instalações alemãs através das chamadas bombas de rato, que eram carcaças de rato cheias de explosivos plásticos.
As bombas seriam distribuídas perto das caldeiras alemãs, na esperança de que, ao descobrir uma, um fogueiro tentasse se desfazer da desagradável descoberta, jogando-a na fornalha, possivelmente provocando uma explosão da caldeira.
O plano foi abandonado depois que o primeiro carregamento de carcaças de ratos foi interceptado pelos alemães.
Angus, esquilos e abutres
Às vezes, os animais também eram acusados de conduzir missões de espionagem quando não estava imediatamente claro se tais acusações tinham algum mérito.
Em 2007, as autoridades iranianas detiveram um grupo de uns 14 "esquilos espiões" avistados nas proximidades de uma usina de enriquecimento nuclear.
Em 2011, as autoridades sauditas derrubaram um abutre voador depois de suspeitarem que a ave fosse usada por Israel para espionagem.
E uma história anedótica que remonta ao século XIX alega que durante as Guerras Napoleônicas, moradores da cidade britânica de Hartlepool enforcaram o único sobrevivente de um naufrágio francês, um macaco que estava vestido com uniforme do exército francês para diversão da tripulação, nunca tendo visto um macaco antes e suspeitando que a criatura fosse um espião.