Após os recentes acontecimentos na Bolívia, a empresa estatal YPFB comunicou à Argentina que não poderá continuar enviando gás natural, devido à tomada de uma de suas unidades de produção, divulgou o jornal BAE.
A YPFB informou a empresa Integração Energética Argentina (IEASA) através de uma carta, em que alega que poderia interromper as exportações desse recurso natural devido a limitações verificadas na unidade de hidrocarbonetos Campo Carrasco, no departamento de Cochabamba, que foi tomada por um grupo de pessoas.
"A YPFB, ao encontrar-se impedida de cumprir suas obrigações nos termos do contrato de compra e venda de gás natural, por um acontecimento fora de seu controle, invoca a liberação do cumprimento de suas obrigações devido a um evento de força maior/caso fortuito", adverte a carta, datada da segunda-feira (11).
EnerNews | Bolivia advierte que podría interrumpir envíos de gas natural para Argentina. El comunicado de YPFB👇 @YPFB_corp pic.twitter.com/GpR4wISYlu
— MiningPress (@MiningPress) November 12, 2019
EnerNews | Bolívia adverte que poderia interromper o envio de gás natural para Argentina. O comunicado da YPFB.
A empresa boliviana também advertiu que, em razão da crise política que o país atravessa, "não se descarta" que o mesmo ocorra em outras unidades de produção ou de transporte de gás natural, o que poderia agravar a situação.
No entanto, o porta-voz da IEASA comentou à agência Reuters que a carta é "preventiva", e que o envio de gás não se encontra suspenso até o momento.
Ainda que a Argentina conte com sua própria produção de gás, não chega a cobrir completamente sua demanda nos meses de maior consumo. Por esse motivo, em 2006 assinou com a Bolívia um contrato, estipulando a compra diária de em torno de onze milhões de metros cúbicos de gás natural.
O presidente boliviano renunciou ao cargo no domingo (10) por exigência das Forças Armadas do país, que enfrenta uma onda de grandes protestos e violência desde as contestadas eleições de 20 de outubro, vencidas pelo ex-mandatário Morales sob denúncias de fraude. O país andino deste então enfrenta um período de forte incerteza política.