A segunda e última etapa do Enem foi realizada no domingo passado (10). A primeira, no dia 3 de novembro.
"Daí a imprensa falou, 'Não houve questão sobre ditadura'. Bem, parabéns, imprensa, nunca houve ditadura no Brasil. Que ditadura foi essa onde você tinha direito de ir e vir, tinha liberdade de expressão, você votava... não vou entrar em detalhes. Querem polemizar, querem chamar de ditadura e podem continuar chamando", afirmou no vídeo..
Além disso, o presidente elogiou a edição de 2019 do exame pois não ter questões "polêmicas". O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), junto ao Ministério da Educação (MEC), chegou a criar um grupo para avaliar as questões que entrariam no exame.
Em 2018, Bolsonaro criticou questão com temática gay
"A segunda etapa do Enem foi realizada sem problema. O que eu vejo também. Vocês viram que não teve questão polêmica. 'Segundo linguajar de tal tipo de classe', como houve ano passado. Estimulando a garotada a se interessar por esse tipo de linguagem desse tipo de classe. Não vou falar para não dar polêmica", disse na live.
A comparação foi com a prova de 2018, quando ele se sentiu incomodado por uma questão que abordava dialeto falado por gays e travestis.
Nela, o estudante precisava definir os requisitos para que uma linguagem fosse considerada um dialeto. As variedades linguísticas são temas recorrentes no Enem. Bolsonaro disse na época que falar do tema fazia com que a "garotada se interesse mais por esse assunto".
'Ninguém sofreu mais fake news do que eu'
Bolsonaro afirmou também na live que é um presidente mais democrático do que os antecessores.
"O que interessa é o que está na cabeça de grande parte da população de como era aquele período, de como estamos hoje. Acho difícil alguém falar que quem estava até pouco tempo atrás presidindo o Brasil era mais democrático do que eu", disse.
Na transmissão, Bolsonaro afirmou ainda que foi vítima de fake news durante a campana eleitoral. "Ninguém sofreu mais com fake news que eu. Eu fui chamado de racista, homofóbico, misógino. Eu não gostar de mulher? Fui chamado também de xenófobo. Eles querem de toda maneira me acusar de alguma coisa", criticou.
Enem falou sobre mulheres, direitos humanos e Hannan Arendt
Apesar de não ter abordado o período militar ou temas LGBTs, o Enem falou sobre direitos humanos, combate ao machismo, papel do estado como fator para diminuir as desigualdades sociais, ONU e uma questão abordou a filósofa Hannah Arendt, que abordou o surgimento do nazismo e do fascismo em sua obra.
De acordo com a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e comissões estaduais da verdade, entidades de direitos humanos e de familiares, houve mais de 400 mortes e desaparecimentos políticos entre 1946 e 1985, a maioria durante o regime militar, que durou de 1964 até 1985.
Durante os trabalhos da CNV, as Forças Armadas admitiram pela primeira vez torturas e mortes no período, que contou ainda com censura à imprensa e às artes, cassação de políticos e fim do voto direto para presidente.