A senadora condena as tentativas da oposição de fazer com que Morales não participe das novas eleições. Para Salvatierra, "banir Evo Morales seria um abuso total. É uma tentativa de limitar o exercício dos direitos constitucionais, entre os quais estão a livre afiliação e participação político-eleitoral".
É legítima a presidência de Jeanine Áñez e quem deveria ter assumido a chefia de Estado após a renúncia de Evo Morales? Salvatierra prefere não se deter na formalidade de si era ela mesma a que deveria tomar as rédeas nacionais e não duvida em pôr em primeiro plano que na Bolívia há "práticas que são no mínimo irregulares, questionáveis e que obedecem às práticas de um golpe de Estado".
"Jeanine Áñez é a última facada de um golpe de Estado iniciado em confluência de ações militares e policiais [...] que têm buscado interromper o mandato constitucional do presidente Evo Morales", ressaltou a senadora boliviana à Sputnik Mundo.
"[Eles] colocaram militares nas ruas que assassinam pessoas e detêm ilegalmente os dirigentes sociais impedindo o exercício das funções parlamentares. Isso é um golpe de Estado", acrescentou indignada.
Salvatierra acentuou que "se a senadora Áñez quer ser a presidente da Bolívia, deve cumprir o mínimo de ordens constitucionais [...] e não convocar uma sessão do Senado realizando-a com nove ou dez dos 36 parlamentares, porque dois terços da bancada pertence ao [partido] MAS". Além disso, Áñez se declarou presidente "em uma assembleia onde também não tinha um quórum adequado".
Ameaça de bomba e repressão policial a parlamentares
Na quarta-feira (13), parlamentares foram impedidos de entrar em uma sessão na Câmara dos Senadores. Salvatierra foi uma dos que não conseguiram entrar, por terem sido barrados pela polícia.
Con violencia la Policía impide el ingreso de Asambleístas del MAS a la cabeza de Adriana Salvatierra al edificio central de la Asamblea. Golpes, gasificación y abuso. pic.twitter.com/Mt4KXzHk7W
— gabriela montaño v. (@GabrielaSCZ) November 13, 2019
Com violência, a polícia impede a entrada de membros da Assembleia do MAS e a sua presidente Adriana Salvatierra no edifício central da Assembleia. Golpes, uso de gás e abuso.
"Foi basicamente um exercício de violência absolutamente desnecessário. Nós parlamentares estávamos reunidos na Assembleia Legislativa Plurinacional. Primeiro, nos disseram que havia uma ameaça de bomba para que saíssemos, e finalmente decidiram partir para cima dos parlamentares que tentavam entrar na assembleia. Havia um forte contingente de policiais, que bloquearam o caminho, usaram gás e agrediram", lamentou a senadora.
#UltimaHora: Policía impide el ingreso al Parlamento a Adriana Salvatierra, Pdta del Senado de #Bolivia, la legisladora del Movimiento Al Socialismo de #EvoMorales, que de acuerdo con la Constitución, era la siguiente en la línea de sucesión a ocupar la jefatura del Gobierno pic.twitter.com/lJEPzBrh1i
— Larissa Costas (@Larissacostas) November 13, 2019
Urgente: Polícia impede a entrada no Parlamento de Adriana Salvatierra, presidente do Senado e legisladora do Movimento ao Socialismo de Evo Morales, que, de acordo com a Constituição, era a próxima na linha de sucessão a ocupar a chefia de Estado.
"Não é que os parlamentares do MAS não querem participar das sessões, não participamos porque temos este tipo de repressões", concluiu Salvatierra.