"A única ocasião em que poderia haver tal colisão seria se os sírios ou russos ou alguém mais, além do Daesh [grupo terrorista proibido na Rússia e em vários países], decidissem atacar os americanos", declarou Nagata à Sputnik.
Na quarta-feira (13), houve relatos de que um comboio de tropas norte-americanas cruzou a fronteira sírio-iraquiana e parou na área de vários campos de petróleo no nordeste da Síria.
"A missão declarada [dos EUA] ainda é lutar contra o Daesh. Ficaria surpreendido se a missão fosse enfrentar mais alguém na região. Mas, tal como em qualquer lugar, eles [os militares dos EUA] têm o direito à autodefesa no caso de um ataque", complementou.
De acordo com as informações do canal de televisão estatal sírio Ikhbariya, do comboio faziam parte 22 veículos do exército e dois caminhões que se deslocam com cobertura aérea. Anteriormente, o Pentágono anunciou planos para manter 500-600 militares na Síria.
Ameaça para toda região
Em relação à possível duração da presença militar dos EUA na Síria, o ex-comandante comentou que ainda "vai demorar muito tempo", pois em colaboração com as Forças Democráticas da Síria (FDS), lideradas pelos curdos, foram causados graves danos ao grupo terrorista na Síria, mas ele ainda não foi derrotado.
O especialista também opina que a formação de um novo governo sírio dificilmente afetará a luta contra o movimento terrorista, pois o Daesh tem "uma presença significativa em seu território".
"Trata-se de uma ameaça não só para o governo sírio, mas também para toda a região. Na minha opinião, independentemente de quem chefiar o novo governo, eles terão de o fazer. Se esse governo achar útil ou não a presença militar dos EUA, isso não podemos dizer até sabermos quem entrará no novo governo", acredita o especialista.
Washington e seus aliados estão conduzindo uma operação militar na Síria e no Iraque desde 2014 contra o grupo terrorista Daesh sem permissão das autoridades da Síria.
Os EUA já anunciaram a destruição do "califado terrorista", mas declararam sua intenção de permanecer na Síria "para evitar seu renascimento" e "proteger os campos de petróleo".
O presidente dos EUA, Donald Trump, especificou que os fundos provenientes da produção de petróleo vão para as formações curdas, que são aliados dos EUA na região.
Os militares russos estão na Síria desde 2015, a pedido do governo do país, para combater grupos terroristas.