A região é um dos principais redutos do agora ex-presidente boliviano, que se encontra exilado no México. A informação sobre cinco óbitos foi passada por um médico do hospital para onde as vítimas foram levadas, segundo informou a rádio sindical Kausachun Coca.
Inicialmente, as informações eram de que cinco pessoas tinham morrido, mas depois a rádio informou que o número passou para sete.
De acordo com o profissional de saúde, mais de 60 feridos chegaram ao centro médico, mas o número provavelmente iria aumentar com o passar das horas. Dirigentes de sindicatos cocaleros organizaram um protesto para pedir o retorno de Morales à Bolívia.
Os distúrbios aconteceram na cidade de Sacaba, a cerca de 20 quilômetros de Cochabamba, quando a polícias e militares bloquearam a marcha de produtores de coca de Chapare. A passeata tinha como objetivo chegar ao centro urbano para criticar o governo da autoproclamada presidente interina Jeanina Áñez.
'Marcha foi atacada com gases e armas de fogo'
"A marcha foi atacada com gases e também com armas de fogo, sem provocação dos cocaleros", afirmou à imprensa Gualberto Arriste, dirigente das Federações do Trópico de Cochabamba e secretário de comunicação do partido de Morales, o Movimento para o Socialismo (MAS).
Os produtores de coca, indígenas e camponeses locais se reuniram no Pacto de Unidade, grupo que pede a renúncia do governo interino. Como tática de pressão, os manifestantes estão obstruindo o abastecimento de combustível e alimentos para as cidades urbanas.
Em La Paz, também ocorreram marchas indígenas no centro da cidade. Os protestos transcorreram normalmente até que as forças de segurança dispersaram a multidão com gás lacrimogêneo. Os militares, que estão patrulhando a capital, não intervieram.
'Agora assassinam nossos irmãos'
Morales condenou a morte de seus apoiadores. "Condeno e denunciou ante o mundo que o regime golpista que tomou o poder por assalto na minha querida Bolívia reprime com balas das Forças Armadas e da polícia o povo que pede pacificação", disse o líder. "Agora assassinam nossos irmãos", denunciou.
Morales, líder indígena aymara e ex-dirigente cocalero, renunciou no domingo passado em meio aos violentos protestos contra sua reeleição, e após as Forças Armadas pedirem que ele deixasse o poder. A crise na Bolívia começou em seguida das eleições de 20 de outubro, que terminaram com a vitória de Morales, mas sob denúncias de fraudes, posteriormente corroboradas pela Organização dos Estados Americanos (OEA).