A Bolívia vive uma crise política e social desde as eleições de 20 de outubro e da posterior renúncia de Morales. E mesmo com os diálogos entre o governo interino e a oposição formada pelo partido MAS (Movimento para o Socialismo), os distúrbios e protestos continuam.
Nesta segunda-feira (18) os principais mercados de alimentos estavam fechados em La Paz. Além disso, a população teve dificuldades para abastecer seus veículos nos postos de gasolina. A capital é a cidade mais afetada pela escassez dos produtos. O problema também foi registrado em Santa Cruz de la Sierra.
Manifestantes pró-Evo Morales vem realizando bloqueios nas principais cidades do país. A violência no país voltou a aumentar há quatro dias, com confrontos entre defensores de Morales e as forças de segurança.
O ex-presidente confessou nesta segunda-feira que tem "muito medo" de uma guerra civil e pediu um "diálogo nacional", segundo publicado pela agência EFE.
Por outro lado, enquanto a autoproclamada presidente interina, Jeanine Áñez, disse que convocará novas eleições em breve, o governo anunciou a criação de um "instrumento especial" para prender legisladores vinculados ao MAS, partido de Morales, "que cometam atos subversivos e sedição".
Defensoria registra 23 mortos e 700 feridos
Até o momento, segundo a Defensoria do Povo, os protestos deixaram 23 mortos e 700 feridos.
Na semana passada, nove produtores de coca morreram em confronto com a polícia na província de Chapare, no departamento de Cochabamba, um dos principais redutos de Morales.