Jogar baralho é uma tradição no Exército dos EUA, principalmente em missões com restrições ao uso de dispositivos eletrônicos ou acesso à Internet. Para combater o tédio, o exército tem agora baralhos com cartas dedicadas à Rússia, Irã e China.
Esses são os três países identificados pelo Pentágono como "adversários em potencial". As cartas têm aparentemente fins educativos: ensinar aos soldados norte-americanos os nomes e capacidades dos armamentos de seus oponentes.
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O sistema de defesa antiaéreo russo S-400 pode ajudar os soldados norte-americanos a vencer um jogo de cartas. No novo baralho do Exército dos EUA, a carta com o desenho do S-400 –chamado de SA-21 Growler pela OTAN – é uma espécie de super-coringa, capaz de vencer várias cartas ao mesmo tempo.
O segundo curinga do baralho dedicado à Rússia é o sistema de mísseis táticos Iskander, ou SS-26, e seus mísseis 9M729. Esses mísseis foram usados como pretexto por Washington para se retirar do acordo de redução de mísseis de curto e médio alcance, o Tratado INF.
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Os novos baralhos são um sucesso, com mais de 70.000 exemplares distribuídos entre os soldados em menos de seis meses. Fred Batchelor, diretor do departamento de inteligência do Comando de Treinamento e Doutrina do Exército dos EUA, conta que não é necessário ter nenhuma autorização de segurança para obter o baralho.
"O legal é que qualquer pessoa pode ter essas cartas. Você não precisa ter autorização de segurança, ou trabalhar em uma divisão especial. Todos podem ter acesso às cartas, e acho que é por isso que elas venderam tão bem", disse Batchelor.
Não é a primeira vez que o Exército norte-americano recorre às cartas para educar os seus soldados sobre seus rivais: no Iraque, em 2003, as forças aliadas imprimiram baralhos com os 55 militares iraquianos mais procurados. Saddam Hussein era o ás de espadas.