Nesta segunda-feira (18), o ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, alertou para as 'consequências perigosas' da mudança de posição dos EUA em relação ao processo de paz no Oriente Médio.
Muitos assentamentos israelenses foram construídos em territórios destinados ao Estado da Palestina, de acordo com a resolução da ONU 181 de 1947, que criou o Estado de Israel.
"Os assentamentos na Palestina ocupada são uma violação flagrante do direito internacional e das resoluções do Conselho de Segurança da ONU. São ações ilegais que destroem a solução de dois Estados. A Jordânia não negocia a sua posição, contrária aos assentamentos. Alertamos sobre as consequências perigosas da mudança de posição dos EUA para o processo de paz no Oriente Médio", declarou o ministro.
Settlements in occupied #Palestine are a blatant violation of Int’l law & UNSCRs. They are an illegal action that’ll kill 2-state solution. Jordan’s position in condemning them is unwavering. We warn against dangerous consequences of US change of position on settlements on MEPP
— Ayman Safadi (@AymanHsafadi) November 18, 2019
Anteriormente, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, havia declarado que os Estados Unidos já não consideravam os assentamentos como uma violação do direito internacional:
"Após estudar com cuidado todos os lados desse debate jurídico, esta administração considera que a construção de assentamentos israelenses civis na Cisjordânia não é, per se, inconsistente com a lei internacional."
A declaração modifica a posição tradicional dos EUA. De acordo com a Resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, do qual os EUA é membro permanente com direito a veto, os assentamentos israelenses não têm validade legal e "constituem flagrante violação do direito internacional".
Mudanças na política dos EUA
A declaração de Pompeo segue a tendência da administração Trump de rever a política norte-americana em relação ao conflito israelo-palestino.
Em 2017, Trump reconheceu Jerusalém como capital do Estado de Israel e, em 2018, os EUA transferiram sua capital oficialmente para a cidade disputada.
Em 2018, os EUA cortaram as suas contribuições para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês).
Em março deste ano, Trump reconheceu a anexação israelense das Colinas de Golã, território sírio ocupado desde 1981.