Salles repetiu em grande parte os planos anunciados anteriormente para trazer mais desenvolvimento, zoneamento econômico e melhor aplicação das leis ambientais à região da Floresta Amazônica, onde o desmatamento atingiu seu ponto mais alto em 11 anos.
O governo se esforçará para reduzir o desmatamento no momento em que os números anuais forem anunciados no final de 2020, declarou Salles, em um briefing ao lado de governadores de estados da região amazônica. Ele não deu metas numéricas nem disse quando as políticas propostas seriam implementadas.
Mas o país buscará mais recursos para aprovar essas políticas nos níveis federal e estadual e solicitaria financiamento adicional para os países em desenvolvimento na reunião climática da COP25 das Nações Unidas em Madri, em dezembro, revelou Salles.
O Brasil argumentou no passado que os países desenvolvidos, que historicamente emitem mais gases de efeito estufa, deveriam assumir mais responsabilidades no combate às mudanças climáticas, incluindo financiamento de esforços para conter as emissões e se adaptar aos efeitos do aquecimento global.
"Recursos de volume considerável, compatíveis com a preservação da Amazônia, devem começar a fluir para os países em desenvolvimento", destacou Salles.
Sob a estrutura do Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas, as economias desenvolvidas se comprometeram a mobilizar US$ 100 bilhões anualmente em financiamento até 2020 para ajudar os países em desenvolvimento a combater o aquecimento global, que Salles disse que ainda não se materializou.
"Qual é a parcela efetiva do Brasil desses US$ 100 bilhões por ano? Vamos ver nesta COP em Madri deste montante, qual é a nossa parte, nossa porcentagem desses US$ 100 bilhões", disse Salles.
Questionado sobre como se espera que outras nações doem mais dinheiro ao Brasil quando o desmatamento estiver em alta, Salles respondeu que o país ainda está indo bem na redução de suas emissões de gases de efeito estufa. As metas climáticas do Brasil são calculadas em relação ao ano base de 2005, quando o desmatamento foi muito maior.
O ministério do Meio Ambiente também deve receber R$ 230 milhões de um fundo criado pela Petrobras com os recursos de um acordo de corrupção, disse Salles, sem dizer como esse dinheiro seria usado.
Outros R$ 430 milhões do fundo serão destinados aos estados. Flávio Dino, governador do Maranhão, afirmou que o dinheiro seria usado para impedir crimes ambientais e "regularizar" as terras ocupadas que existem em áreas cinzentas legais.