O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, comentou os ataques da Força Aérea do seu país contra a Síria declarando, no Twitter, que os alvos eram forças ligadas à Guarda Revolucionária do Irã:
"Eu deixei claro que, quem estiver nos machucando, será machucado. E é isso que fizemos nesta noite contra alvos militares da força Quds iraniana e alvos militares sírios na Síria depois de terem sido lançados mísseis contra Israel ontem à noite. Continuaremos a manter firmemente a segurança de Israel", escreveu Netanyahu.
O primeiro-ministro israelense enfrenta uma crise política interna desde as últimas eleições gerais, realizadas em setembro. Caso não seja formado um governo de coalizão até a noite desta quarta-feira (20), Israel convocará a terceira eleição em menos de um ano.
Rússia reage aos ataques
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia declarou que os ataques israelenses contra a Síria violam o direito internacional e levam a uma desnecessária escalada de tensões na região. O representante da chancelaria russa Mikhail Bogdanov disse a jornalistas, nesta quarta-feira (20), que "tudo isso é bastante incorreto".
"Nós estamos em contato com todos os nossos parceiros para esclarecer a situação. Atacar o território de um Estado soberano é uma completa violação do direito internacional e leva à escalada das tensões, o que não é bom para ninguém", disse Bogdanov.
Ataques de Israel contra a Síria
O Exército de Israel anunciou ataques aéreos contra alvos militares na Síria, que pertenceriam a forças ligadas ao Irã e ao Governo sírio. Damasco e Teerã ainda não comentaram os ataques. As Forças Armadas israelenses culparam o "regime sírio" pela escalada da violência:
We hold the Syrian regime responsible for the actions that take place in Syrian territory and warn them against allowing further attacks against Israel.
— Israel Defense Forces (@IDF) November 20, 2019
We will continue operating firmly and for as long as necessary against the Iranian entrenchment in Syria.
Durante nosso ataque contra alvos iranianos e sírios, a defesa antiaérea da Síria lançou um míssil, apesar dos alertas claros para que eles se abstivessem de fazê-lo. Como resultado, várias baterias antiaéreas sírias foram abatidas.
Consideramos o regime sírio responsável pelas ações em curso em território sírio e alertamos para que não permitam novos ataques contra Israel. Continuaremos a operar de maneira firme, pelo tempo que for necessário, contra o fortalecimento iraniano na Síria.
Na noite de terça-feira (19), a televisão pública síria Al-Ikhbariya reportou que o sistema de defesa antiaérea do país teria repelido ataque aéreo contra a capital do país, Damasco, e seus subúrbios. A reportagem informou que os mísseis teriam sido interceptados ao sul de Damasco.
Mais cedo, as Forças Armadas israelenses informaram via Twitter que seu sistema de defesa Cúpula de Ferro teria interceptado quatro projéteis provenientes do território sírio. Damasco ainda não comentou a acusação.
BREAKING: 4 launches were identified from Syria toward northern Israel.
— Israel Defense Forces (@IDF) November 19, 2019
We can confirm that all 4 were intercepted in the sky by Israeli air defense systems.
URGENTE: Identificados 4 lançamentos provenientes da Síria em direção ao norte de Israel. Confirmamos que todos os 4 foram interceptados no ar pelos sistemas de defesa aérea israelenses.
Relações entre Israel e Síria
Israel realizou diversas operações militares contra o território sírio nos últimos anos, alegando a necessidade de combater forças ligadas ao Irã no país árabe.
Damasco repudiou reiteradamente as incursões de Israel no seu território, enquanto o Irã alega que suas forças em território sírio se limitam a realizar operações de combate ao terrorismo.
Síria e Israel não mantêm relações diplomáticas e estão envolvidos em disputa pelo território sírio das Colinas de Golã, ocupadas por Israel em 1981. Em março deste ano, a administração Trump reconheceu a anexação do território por Israel, revertendo sua posição tradicional sobre a contenda.