O acontecimento ocorreu na noite de 14 de janeiro de 2019 e a sua descrição foi publicada na revista Nature.
A potente explosão de raios gama, cuja luz emitiu uma energia um trilhão de vezes superior à da luz visível "foi uma surpresa total, sendo que nunca tinha sido detectada uma fonte tão brilhante" afirma o cientista espanhol Juan Cortina, do Centro de Investigações Energéticas, Tecnológicas e de Meio Ambiente (Ciemat), em Madri.
A explosão marcou logo dois recordes, em primeiro lugar, os fótons (partículas de luz) nunca tinham sido detectados em tão altas energias neste tipo de fenômenos astronômicos.
Se a luz vermelha tem pouca energia, a azul tem mais, neste caso estamos falando do azul mais intenso que alguma vez foi observado, a uma enorme distancia, acessível apenas para telescópios de raios gama.
Por outro lado, nunca tinha sido registrada até agora uma erupção de raios gama tão brilhante. O padrão para medir o brilho de um objeto astronômico é a nebulosa de Caranguejo, sempre visível no nosso firmamento, e esta emissão alcançou um brilho 100 vezes superior, o que foi uma grande surpresa para cientistas.
Teve uma duração muito curta, apenas poucos segundos, como é habitual nestes eventos, mas ao ser "apanhada em flagrante", a luz gama banhou os espelhos do telescópio Magic durante 20 minutos, o que é algo insólito.
Pouco a pouco, o seu rasto foi se desvanecendo nas horas seguintes. Depois, foi enviado das Canárias um "telegrama astronômico" para alertar a comunidade internacional sobre a existência do evento denominado de GRB 190114C.
A energia que foi emitida pela explosão alcançou um teraelétron-volt , que corresponde a um trilhão de elétrons-volts.